Chanceler venezuelano: EUA sempre planejaram anexar todo o continente americano

© AFP 2023 / Luis RobayoMinistro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, 28 de janeiro de 2019
Ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, 28 de janeiro de 2019 - Sputnik Brasil
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Durante uma conferência realizada na Turquia, o ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza, disse que as intenções dos EUA de anexar o continente são evidentes desde o início do século XIX.

"Os Estados Unidos tiveram seu plano de anexação de todo o continente desde o primeiro dia de sua existência", afirmou o chanceler na terça-feira (2), durante a coletiva de imprensa no Centro de Pensamento Estratégico de Ancara.

O chefe da chancelaria venezuelana ainda explicou que as pretensões dos EUA são evidentes a partir da presidência de Thomas Jefferson, o terceiro presidente dos EUA (1801-1809).

​Chanceler Arreaza: "Em 1823, quando a Batalha de Ayacucho, que deu liberdade ao Peru, ainda não tinha sido travada, o Norte já estava proclamando suas intenções de tomar conta do Sul com a declaração da Doutrina Monroe"

"E essa contradição histórica tem estado presente em cada minuto de cada hora de cada dia da história de nossa América. A luta que estamos travando hoje na Venezuela […] é a mesma que começou a se desenvolver no continente americano desde 1823", acrescentou.

O ministro das Relações Exteriores da Venezuela, Jorge Arreaza - Sputnik Brasil
Chanceler venezuelano afirma que os EUA usam decreto para justificar 'uma agressão'
Para mostrar sua afirmação, Areazza leu uma declaração do ex-presidente americano Jefferson, dizendo: "Nossa confederação deve ser vista como o ninho a partir do qual toda a América, Norte e Sul, deve ser povoada […] Meu medo é que eles [os espanhóis] sejam muito fracos para mantê-los [os latino-americanos] até que nossa população possa ser suficientemente avançada para ficar com eles peça por peça."

Além disso, o chanceler também citou outro presidente norte-americano, James Monroe, que apresentou ao Congresso dos EUA uma proposta, que mais tarde se tornou doutrina. De acordo com Arreaza, os EUA "sempre terão o controle do que chamam de Hemisfério Ocidental, de todas as Américas, desde o Alasca até à Patagônia argentina".

Apesar das várias afirmações que consideram a Doutrina Monroe como coisa do passado, o ministro venezuelano comentou que o governo da Casa Branca financiou e executou um golpe de Estado em Honduras, desestabilizou todos os governos progressistas e independentes da América do Sul, além de ter assinado um decreto declarando a Venezuela uma ameaça à segurança nacional dos EUA.

Segundo as palavras de Arreaza, o atual presidente dos EUA, Donald Trump, junto com sua equipe, afirmou que a Doutrina Monroe está "plenamente em vigor no século XXI", o que explicaria os ataques que a Venezuela vem sofrendo.

Desde 23 de janeiro, a Venezuela vive uma profunda crise política, após a autoproclamação de Juan Guaidó como presidente interino do país sul-americano. Os EUA foram o primeiro país a reconhecê-lo e, desde então, tem pressionado a comunidade internacional a apoiá-lo. Além das declarações, Washington também aumentou as sanções contra Caracas, principalmente contra a petrolífera estatal venezuelana PDVSA.

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