Qual é a tarefa principal da oposição venezuelana? Especialista indica

© REUTERS / Luisa GonzalezJuan Guaidó, opositor venezuelano
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O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, anunciou que as "ações táticas" que visam retirar o chefe de Estado, Nicolás Maduro, do poder começarão em 6 de abril. O especialista Lazar Jeifets sugeriu o que podem incluir essas ações concretamente.

Anteriormente, o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, que autoproclamou presidente interino do país, anunciou que em 6 de abril começaria a Operação Liberdade, que tem como objetivo "colocar pressão máxima [sobre as autoridades venezuelanas] para a cessação final da usurpação, a formação de um governo de transição e eleições livres e justas". No entanto, a oposição não especificou de que passos concretos se trata.

Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o professor da Universidade Estatal de São Petersburgo e especialista em assuntos americanos, Lazar Jeifets, comentou os passos dados pela oposição e indicou qual pode ser seu objetivo principal.

"Um golpe de Estado anunciado com antecedência é, na verdade, uma coisa rara. Mas neste caso foi anunciada a data exata. Ou seja, se fala de algumas ações destrutivas bastante sérias que visam retirar o presidente Maduro do poder", declarou.

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Entretanto, ele destacou que não se trata de ações a realizar apenas em Caracas, "mas também de ações por todo o país", adicionando que agora a questão mais importante é "quanto o poder seria capaz de se opor a essas ações, até que ponto ele seria capaz de mobilizar seus apoiadores".

Nessa conexão, o especialista sugeriu quais poderiam ser as ações dos apoiantes da oposição.

"Foi declarado um confronto em larga escala entre vários grupos de cidadãos da Venezuela, e em qualquer caso este confronto levará a graves consequências — a perdas materiais ou, o que seria pior, de vidas humanas. Pois uma coisa são manifestações de apoiadores da oposição e manifestações de apoiantes das autoridades, que não se enfrentam diretamente nas ruas". indicou.

"Mas, neste caso, até onde podemos julgar, estamos falando de ações em grande escala para 'substituir' o governo. Pois Guaidó se declarou o atual líder do país. E ele tem a tarefa — ou, digamos, a recebeu — de realizar novas eleições presidenciais, esta é a principal cobertura legal para todas as ações da oposição. E agora, aparentemente, estão sendo tomadas determinadas medidas para criar um sistema alternativo para organizar tais eleições", concluiu.

A Venezuela enfrenta uma profunda crise política desde que o líder da oposição do país, Juan Guaidó, se declarou presidente interino em 23 de janeiro. Os Estados Unidos e 54 outros países, incluindo o Brasil, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela. Rússia, China, Cuba, Bolívia, Irã e Turquia, entre outros, continuam apoiando o governo de Maduro.

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