Crise venezuelana provoca dissidência dentro da União Europeia, diz mídia

© Foto / Srdjan ZivulovicArame farpado visto na frente da logo da União Europeia (UE)
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A União Europeia (UE) procurava adotar uma declaração conjunta de reconhecimento do presidente da Assembleia Nacional bolivariana, Juan Guaidó, como presidente interino do país, mas a Itália e a Grécia a vetaram, apoiando o presidente em função Nicolás Maduro, escreveu o jornal britânico The Times.

As disputas sobre o governo de Maduro que dividem a Europa vieram à tona quando a Itália e a Grécia recusaram apoiar a declaração conjunta da UE sobre o reconhecimento de Guaidó, segundo o jornal.

Muitos países acusam Nicolás Maduro de ter destruído a economia venezuelana e estabelecido uma ditadura, por isso os EUA e vários países da América Latina, inclusive o Brasil, reconheceram o líder da oposição como presidente interino legítimo do país. Os 19 países europeus com a mesma posição incluem a França, Suécia, Áustria, Dinamarca, Alemanha, Holanda, Reino Unido e Portugal.

A UE tentou reconhecer Guaidó através de uma declaração conjunta, mas enfrentou os protestos de alguns países europeus.

O partido governista Movimento 5 Estrelas da Itália bloqueou a tentativa da UE, assinalando que tal reconhecimento daria luz verde à intervenção militar dos EUA na Venezuela. Os políticos italianos exemplificam as prováveis consequências com a situação na Líbia, onde a coalizão ocidental decidiu derrubar Muammar Kadhafi. Entretanto, o outro partido governista italiano, liderado por Matteo Salvini, não apoiou Maduro.

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Além disso, o presidente em função venezuelano é apoiado há muito tempo pelo governo da Grécia, chefiado por Alexis Tsipras, que o considera como aliado importante. Ao mesmo tempo, outros dez países europeus ainda não definiram a sua posição relativamente ao conflito venezuelano.

O governo de Maduro rejeitou categoricamente a declaração da UE e acusou os europeus de seguirem a estratégia dos EUA para a derrubada do governo.

O empenho da UE no reconhecimento de Guaidó foi criticado também pela Rússia, que acusou os países europeus de tentarem intervir nos assuntos internos da Venezuela. A China tomou uma posição mais neutral declarando que, qualquer que seja o desenvolvimento da situação, a cooperação entre a China e Venezuela não seria prejudicada.

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O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ao contrário, saudou a decisão da UE e apelou para que outros países também reconheçam Guaidó. Os EUA impuseram sanções duras contra a Venezuela, proibindo as empresas americanas de comprarem petróleo venezuelano.

O jornal destacou também a promessa do Canadá de enviar US$ 40 milhões (R$ 147 milhões) para os venezuelanos que estão sofrendo de falta de comida e medicamentos, bem como para os países vizinhos que receberam refugiados venezuelanos.

Caracas vem enfrentando uma crise política há muito tempo, tendo ela sido agravada com a autoproclamação do líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, como presidente interino do país no dia 23 de janeiro, enquanto o presidente reeleito Maduro culpa Washington de estar arquitetando um golpe de Estado.

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