'Maior perdedor será o povo' caso dinheiro da Venezuela fique nas mãos de Guaidó

© REUTERS / Andres Martinez CasaresUma manifestante venezuelana com a bandeira nacional
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A transferência das contas bancárias venezuelanas nos EUA e no Reino Unido para a oposição provocou controvérsias em respeito aos verdadeiros motivos dessa medida. Nessa conexão, o analista internacional revelou um dos cenários que podem se desenvolver se o dinheiro ficar nas mãos do líder da oposição, Juan Guaidó.

Mais cedo, Washington certificou a autoridade de Juan Guaidó para controlar alguns ativos mantidos pelo FED (banco central dos EUA) ou por quaisquer outros bancos sediados nos Estados Unidos.

O analista internacional e professor Arturo López-Levy explicou em comentário à Sputnik Mundo como essas medidas pretendem alterar a situação no país, onde "o maior perdedor será o povo venezuelano".

"Ninguém sabe o que eles [oposição] vão fazer com esse dinheiro, o que está claro é que não será usado para melhorar a situação econômica do país. Até que a oposição seja controlada pela ordem pública, pode-se dizer que a ausência desse dinheiro tornará a situação econômica mais difícil", indicou.

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De acordo com o professor, a "estrutura paralela" de Guaidó apenas beneficiaria desse novo poder econômico. Ele poderia ser usado para sustentar suas próprias estruturas, pagar embaixadas no exterior ou "lobistas que reforcem sua posição na União Europeia, nos EUA e em alguns países da América Latina".

No entanto, segundo opina o especialista, a situação econômica do país pode ficar mais afetada, o que "muda o panorama para pior".

Ao mesmo tempo, o especialista deu avaliação positiva à proposta feita pelo México e Uruguai de seus governos mediarem no processo de resolução pacífica da crise venezuelana:

"Os EUA e o Reino Unido, por sua vez, cruzaram a linha ao apoiar uma agenda insurrecional", ressaltou.

Quanto às organizações internacionais e outras instituições, ele indicou que, ao invés de mitigarem a situação e promover o diálogo, elas tomaram partido no conflito venezuelano.

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Ao falar sobre o tema, ele chamou atenção para que "tais instituições como a Unasur [União de Nações Sul-Americanas] ou CELAC [Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos] estão paralisadas".

Por esta razão, a posição que hoje mantêm os Estados Unidos e o Reino Unido viola todos os limites e "incita a tomar o lado da oposição e pôr mais lenha na fogueira", segundo o analista.

Para fazer o balanço, o professor afirmou que aparentemente "neste momento ninguém pode dizer com certeza quem vai ganhar nesse conflito, mas o maior perdedor será o povo venezuelano".

No dia 23 de janeiro, o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, Juan Guaidó, se declarou presidente interino do país durante protesto antigovernamental nas ruas de Caracas.

Os EUA, União Europeia e uma série de países da América Latina, inclusive o Brasil, manifestaram seu apoio a Guaidó e à oposição venezuelana. Nicolás Maduro recebeu apoio da Rússia, Cuba, México, Bolívia, Nicarágua, Turquia, Irã e de muitos outros países.

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