EUA querem criar força militar espacial até 2020

© AP Photo / Evan VucciO vice-presidente dos EUA, Mike Pence, gesticula durante o evento de criação da Força Espacial dos EUA.
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, gesticula durante o evento de criação da Força Espacial dos EUA. - Sputnik Brasil
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Apontando o que acredita ser uma ameaça crescente de Rússia e China, a Casa Branca anunciou nesta quinta-feira (9) planos ambiciosos de criar a Força Espacial dos EUA como uma 6ª divisão militar ainda em 2020.

A proposta dá continuidade a uma conhecida fascinação dos EUA com o espaço, apontando para um foco militar. A iniciativa, porém, enfrenta obstáculos. Para se concretizar, necessita de aprovação do Congresso e já enfrenta ceticismo de líderes militares e experts que questionam se seria algo sábio lançar uma nova marca militar com alto investimento e burocraia

O vice-presidente Mike Pence anunciou a nova força durante um discurso no Pentágono, enfatizando a proposta que o presidente Donald Trump tem defendido nos últimos meses como uma forma de garantir o domínio dos EUA no espaço. Pence descreveu o espaço como uma área que já foi pacífica e sem donos, mas que se tornou agora cheia e disputada.

"Agora chegou o momento de escrever o novo grande capítulo da história de nossas forças armadas, de preparar o novo cmapo de batalha onde os melhores e mais bravos da América serão chamados a deter e derrotar a nova geração de aneaças ao nosso povo, à nossa nação", disse Pence.

Donald Trump comentou o discurso de Mike Pence em um tweet enaltecendo a iniciativa de uma força espacial:

 

​Para o vice-presidente dos EUA, a iniciativa seria uma resposta dos EUA a uma potencial agressão inimiga e não se trataria de uma ofensiva militar norte-americana.

Citando a Rússia e a China, ele disse que os adversários dos Estados Unidos têm se esforçado por anos na construção de armas que possam desativar mecanismos de comunicação e navegação dos EUA através de ataques eletrônicos partindo do solo.

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"Como as ações deles deixam claro, nossos adversários já transformaram o espaço em um domínio de guerra, e os Estados Unidos não se retirar diante deste desafio", disse Pence.

Em junho, o presidente instruiu o Pentágono a criar uma Força espacial, o que é considerado uma iniciativa complicada e cara que levaria anos para ter a aprovação do Congresso e tornar-se operacional.

Nesta quinta-feira (9), Pence afirmou que a atual administração irá trabalhar ao lado do Congresso neste plano, e que irá formular um orçamento até o ano que vem.

A última vez que os Estados Unidos criaram uma nova área de serviço militar foi em 1947, quando a Força Aérea foi criada após a Segunda Guerra Mundial. As outras quatro áreas são a Marinha, o Exército, a Guarda Costeira e os Fuzileiros Navais.

Iniciativa pode levar 10 anos para ser concluída

O secretário de Defesa dos EUA, James Mattis, apoiou a iniciativa, porém anteriormente chegou a criticar a criação de uma nova área de serviço militar devido aos altos custos da medida.

Ainda não há um orçamento que defina o quanto custaria essa iniciativa. A única declaração a esse respeito é a do vice-secretário de Defesa, Patrick Shanahan, que disse a repórteres no Pentágono que a expectativa de que o custo seja de bilhões de dólares, e que o número será conhecido até o final deste ano.

Segundo Deborah James, que serviu na Força Aérea dos EUA durante os três últimos anos da administração de Barack Obama, afirmou que a iniciativa levaria entre cinco e 10 anos para ser criada.

O papel do setor militar no espaço está sob escrutínio devido à dependência dos EUA relacionada a satélites em órbita que seriam difíceis de serem protegidos. Esses satélites são de importância vital para serviços de navegação, comunicação e inteligência, tanto dos setores militares quanto econômicos.

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As agências de inteligência dos EUA estão preocupadas com o desenvolvimento de armas "destrutivas e não destrutivas" anti-satélites, que estariam sob desenvolvimento por países como Rússia e China para uso em conflitos futuros. As agências também estão preocupadas com ataques cibernéticos que poderiam chegar aos satélites e impossibilitar tropas no solo de terem acesso a informações importantes.

Em um primeiro momento a proposta do Pentágono inclui a criação de um Comando Espacial, de uma Agência de Desenvolvimento Espacial e uma Força de Operações Espaciais, Em uma segunda fase do projeto, esses setores seriam unidos para a criação da nova área de serviço militar.

A maior parte do poder espacial dos EUA está hoje sob o comando da Força Aérea, cujo quartel general funciona na Base Aérea de Peterson, no Colorado. O comando tem cerca de 38 mil pessoas e opera 185 sistemas de satélites militares.

Sob o novo projeto, os elementos espaciais, hoje espalhados pelo departamento, seriam colocados sob um único comando.

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