Jornalista norte-americano explica por que Rússia é amiga dos EUA

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A Rússia é amiga dos EUA, caso contrário, ao longo das últimas décadas o país não toleraria a agressão norte-americana em suas relações, opinou o jornalista estadunidense David Swanson nas páginas da revista Foreign Policy.

O autor numerou as ações hostis dos EUA em relação à Rússia que vieram à tona nos últimos cem anos. Em 1918, segundo recordou, durante os distúrbios políticos e sociais na Rússia, o contingente norte-americano ocupou a cidade russa de Murmansk. No decorrer da 2ª Guerra Mundial, o então futuro presidente Harry S. Truman sugeriu ajudar a URSS caso a Alemanha nazista se mostrasse mais forte, e ajudar também a Alemanha, se a União Soviética tivesse vantagem, de modo que ambos os lados sofressem mais perdas possíveis. Além disso, durante dois anos Washington oficialmente recusava a abertura de uma segunda frente na Europa, assinalou Swanson.

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Depois da guerra, os EUA e o Reino Unido proibiram movimentos e partidos comunistas e calaram os oponentes esquerdistas do nazismo. Já durante a Guerra Fria uma das maiores fontes financeiras para empresários norte-americanos, na área de fornecimento de armas e cineastas, era a propaganda da ameaça soviética. De acordo com o jornalista, essa mentira se converteu em ameaça de conflito armado para muitas regiões.

O jornalista escreveu que os EUA arrastaram a URSS para a guerra do Afeganistão, e armaram seus adversários. Além disso, Washington impedia iniciativas soviéticas quanto ao desarmamento nuclear e regulamento diplomático das disputas. 

Após a reunificação da Alemanha, os EUA e seus aliados prometeram a Moscou que a OTAN não iria se expandir, contudo, a aliança quebrou a promessa e começou rapidamente a avançar em direção ao leste, recordou Swanson.

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Ao mesmo tempo, Washington abertamente se gabava de interferir nas eleições russas e apoiar o governo de Boris Yeltsin na década de 90, acrescentou. 

Quando a Rússia sugeriu suspender tratados sobre armamentos no espaço, ações no ciberespaço ou mísseis nucleares, os EUA várias vezes negaram as iniciativas. 

Ninguém prestou atenção ao fato de Moscou ter apoiado o tratado com o Irã, reforçou o jornalista. O presidente Barack Obama promovia o golpe de Estado na Ucrânia em 2014, já que seu sucessor Donald Trump começou a fornecer armas ao novo regime em Kiev, que se instalou posteriormente. 

Obama tentava retirar do poder o presidente sírio, enquanto Trump intensificou os ataques norte-americanos contra a República Árabe. 

Swanson recordou que a Rússia está sendo acusada de envolvimento na queda do avião malaio no leste da Ucrânia sem quaisquer provas, além de "intercepções" agressivas de aviões norte-americanos perto de suas fronteiras, adesão à Crimeia através do referendo e outras ações, contudo, "nenhuma delas é comparável com aquelas que os EUA fizeram em outros países".

"Então, o que tudo isso tem a ver com o fato de que a Rússia é nossa amiga?", questionou Swanson, concluindo que "ninguém além de um amigo" toleraria essa atitude. 

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