Por que Maduro decide assumir responsabilidade por crise na Venezuela?

© AFP 2023 / YAMIL LAGENicolás Maduro discursa durante Fórum de São Paulo em Havana, 17 de julho de 2018
Nicolás Maduro discursa durante Fórum de São Paulo em Havana, 17 de julho de 2018 - Sputnik Brasil
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O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, reconheceu sua responsabilidade na grave crise econômica que está atravessando a Venezuela. O analista Viktor Jeifets comentou essa declaração e explicou os seus possíveis motivos.

Maduro assumiu sua responsabilidade pela crise econômica no país durante o congresso do Partido Socialista Unido (PSUV), onde foi reeleito presidente do partido.

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"Os modelos produtivos que testamos até agora fracassaram e a responsabilidade é nossa, é minha. Precisamos levar para frente o poder econômico que temos", disse Maduro, em 30 de julho, durante uma sessão do IV Congresso do PSUV, acrescentando que, segundo seu novo plano, levará dois anos para "alcançar um alto nível de estabilidade".

Viktor Jeifets, da Faculdade de Relações Internacionais da Universidade Estatal de São Petersburgo, entrevistado pelo serviço russo da Rádio Sputnik, comentou essa declaração do presidente.

"Acredito que fazendo essa declaração o presidente Maduro reconheceu o que todos já sabiam: que o modelo econômico criado por Hugo Chávez, parcialmente baseado nos dos governos dos seus antecessores, não funciona", explicou ele.

Para Jeifets, "Maduro se encontra em uma situação quando nem a China, nem a Rússia lhe emprestam o dinheiro que ele queria obter para salvar a economia venezuelana. É evidente que precisa de muito dinheiro e nem Moscou, nem Pequim estão prontas para fazer isso".

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Para salvar a economia venezuelana, o governo de Maduro precisa de cerca de 20 bilhões de dólares (R$ 75 bilhões) cada ano. Possivelmente, Maduro queria mostrar aos países vizinhos que ele reconheceu seus erros e que outros países poderiam negociar com ele. Mas o estado financeiro venezuelano atual é muito grave e poderia levar anos para restaurar a economia do país.

"A Venezuela tem um grande potencial de desenvolvimento […] Para iniciar a reconstrução da economia venezuelana, a sociedade deve estar pronta para o diálogo", opinou o analista.

Em 25 de julho o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o país vai remover cinco zeros de sua moeda para conter a inflação galopante. Além disso, Caracas planeja vincular o bolívar venezuelano à criptomoeda petro, respaldada por petróleo.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a inflação na Venezuela atinja 1.000.000% até ao final deste ano. A organização internacional compara a situação venezuelana com a da Alemanha logo após o fim da Primeira Guerra Mundial ou à do Zimbábue no fim dos anos 2010.

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