A terceira e mais recente versão da ordem do presidente coloca restrições a pessoas de sete países que querem vir para os Estados Unidos: Irã, Coreia do Norte, Síria, Líbia, Iêmen, Somália e Venezuela. Aliado dos EUA na "guerra ao terror", o Iraque chegou a figurar na lista, mas foi retirado após protestos de autoridades em Bagdá.
A polêmica proibição de viagens chegou a ser chamada de "proibição muçulmana" até que a presidência decidiu adicionar os norte-coreanos e os venezuelanos à lista.O presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts, sublinhou na decisão final do tribunal que o presidente dos Estados Unidos tem poderes para banir a entrada de cidadãos de certos países considerados prejudiciais à segurança nacional. Para os juízes, a ação de Trump cumpriu a exigência.
A Suprema Corte também observou que o banimento de viagem é baseado em estudos conduzidos pelo Departamento de Segurança Interna (DHS) e outras agências governamentais.
As limitações dos sete países permanecerão em vigor apenas pelo tempo necessário, até que os Estados Unidos decidam que tais nações não representem risco à segurança nacional, acrescentaram os juízes.
"A decisão de hoje da Suprema Corte é uma tremenda vitória do povo americano e da Constituição. A Suprema Corte manteve a clara autoridade do presidente para defender a segurança nacional dos Estados Unidos".
Decisão não tem unanimidade
Em uma dura opinião divergente, a juíza da Suprema Corte, Sonia Sotomayor, disse que a instituição não considerou as palavras e ações de Trump na decisão. Ela condenou a proibição como "motivada por hostilidade e animosidade em relação à fé muçulmana".
Senadora pelo Havaí, o primeiro estado a desafiar a ordem de Trump, Mazie Hirono questionou se a decisão da Suprema Corte levaria o presidente a impedir que cidadãos de outras nações fossem para os Estados Unidos.
"O presidente vai dizer que é nossa segurança nacional proibir as pessoas do Canadá? Proibir pessoas da Guatemala? De Honduras? Quem é o próximo?" disse a congressista.
A União Americana das Liberdades Civis (ACLU) também publicou um forte comunicado em oposição à decisão dos juízes, dizendo que a votação favorável a Trump "sanciona o racismo como uma doutrina oficial do governo dos EUA".
"Esta não é a primeira vez que a Corte está errada, ou permitiu que o racismo e a xenofobia oficial continuassem em vez de enfrentá-la", disse a ACLU via Twitter.
A ACLU relembrou 1944, quando os juízes da instituição jurídica mais alta do país decidiram aprovar a prisão de nipo-americanos com base em sua nacionalidade e chamou essa decisão de uma das "mais vergonhosas" da história dos EUA. Para a União, a decisão da Suprema Corte sobre a proibição de viagens se junta ao precedente racista do século passado.
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