Quem é o novo presidente da Colômbia?

© AP Photo / Fernando Vergara Iván Duque, em comício na Colômbia, em 10 de junho de 2018.
Iván Duque, em comício na Colômbia, em 10 de junho de 2018. - Sputnik Brasil
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Iván Duque foi eleito o novo presidente da Colômbia após o segundo turno das eleições neste domingo (17). Ele venceu Gustavo Petro, ex-prefeito de Bogotá e apoiado pelo atual presidente Juan Manuel Santos.

Com 41 anos, Duque irá assumir como o mandato no dia 7 de agosto. Ele é um crítico feroz do acordo de paz com a Forçar Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que garantiu o prêmio Nobel da Paz para Santos.

Duque defende que o acordo seja redefinido, ao contrário de Gustavo Petro.

"O que nós, colombianos, queremos é que aqueles que cometeram crimes contra a humanidade sejam punidos com penas proporcionais… para que não haja impunidade", disse Duque à AFP durante a campanha.

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Advogado e também formado em economia, Duque defende "mudanças estruturais" no acordo com a ex-guerrilha que transformou-se em um partido político, a Força Revolucionária do Comum, mantendo a sigla FARC.

O conflito entre o grupo rebelde FARC, e seus similares como o Exército de Liberação Nacional (ELN), já deixou mais de 260 mil mortos, 83 mil desaparecidos e causou o deslocamento forçado de 7,4 milhões.

Boneco de Uribe?

Duque protestou contra a esquerda colombiana, expressando temores de que ela pudesse arrastar o país para o mesmo pântano econômico em que a vizinha Venezuela está atolada.

A esquerda, por sua vez, acusa-o de ser um fantoche de Álvaro Uribe, o ex-presidente de dois mandatos que adotou uma linha dura contra a esquerda quando esteve no poder, oito anos atrás.

"Ninguém sabe se tem seus próprios critérios ou se obedecerá ordens", disse Fabian Acuna, analista político da Universidade Javeriana de Cali, sobre Duque.

Embora seja um recém-chegado à política — ele é senador desde 2014 — a política está em seu sangue.

Nasceu em Bogotá em 1 de agosto de 1976 e seu pai era um político liberal.

Mas foi Santos, o presidente que deixará o cargo, quem deu destaque ao papel de Duque na década de 1990 ao empregá-lo como consultor financeiro. Mais tarde, Duque trabalhou por 13 anos para o Banco Interamericano de Desenvolvimento, com sede em Washington.

Hoje, Duque se encontra em oposição a Santos sobre o acordo de paz.

"Ele é muito dinâmico quando se trata de relações públicas, muito inteligente", disse um ex-colega de trabalho de Duque.

Enquanto trabalhava nos Estados Unidos, Duque encontrou Uribe, que o convenceu a concorrer ao Senado.

"Ivan é muito inteligente e tenho certeza de que ele tem um futuro brilhante pela frente", escreveu Uribe em seu livro de 2012 "Sem causas perdidas", em tradução livre.

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Mas para Roy Barreras, um senador do partido de Santos, "um presidente deve ter experiência, autonomia, capacidade política — todos itens perdidos com Ivan, que é, como todos sabem, um bom rapazinho".

Pai de três filhos, Duque costumava tocar baixo em uma banda de rock, mas sua imagem relaxada contrasta fortemente com seus ideais conservadores — ele é um forte opositor do casamento gay, da eutanásia e da descriminalização das drogas.

Ele tem forte apoio da extrema-direita, bem como de um bloco cristão evangélico cada vez mais influente.

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