Eleições na Venezuela: de que são capazes EUA para impedir vitória de Maduro?

© REUTERS / Handout via REUTERS =Nicolás Maduro, presidente da Venezuela
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Na Venezuela começou a corrida eleitoral. Nicolás Maduro, atual presidente do país, iniciou sua campanha com um ritual xamânico. Cientistas políticos russos comentam as chances de Maduro de ganhar as eleições e como será a reação do Ocidente.

Aleksandr Chichin, diretor da Faculdade de Ciências Econômicas e Sociais da Academia de Economia Nacional e Administração Pública russa acredita que o único concorrente real do atual presidente na corrida é ele próprio, já que outros candidatos opositores não foram admitidos a participar das eleições pelo Tribunal Supremo de Justiça.

Apesar de a oposição ainda ter tempo para encontrar um novo candidato, é duvidoso que dê certo, pois as forças opositoras estão divididas e não têm um líder, acrescenta Chichin. A questão é como será recebida a possível vitória de Maduro pela população, acrescenta.

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A mesma opinião partilha o especialista em assuntos da América Latina e diretor do Centro Latino-Americano Hugo Chávez, Egor Lidovskoy, afirmando que é muito provável que Nicolás Maduro seja reeleito.

O analista sublinha que, apesar da mídia ocidental afirmar que na Venezuela não restam pessoas que apoiem o atual presidente, a situação real não é bem assim. A maioria da população são pessoas pobres e, como Maduro oferece programas sociais e benefícios para esta camada da sociedade, isso lhe dará um certo apoio.

Falando da reação do mundo às presidenciais na Venezuela, Lidovskoy afirma que os países ocidentais, em particular os EUA e a União Europeia, não reconhecerão as eleições e tentarão influenciar a comunidade internacional no mesmo sentido. A razão para isso são, em primeiro lugar, os recursos naturais do país latino-americano, ou seja, o petróleo, e "os EUA querem muito tomar a Venezuela sob seu controle", explicou o analista ao serviço russo da Rádio Sputnik.

"Eles [Estados Unidos] ainda não se atrevem a realizar uma invasão militar porque a Venezuela gasta bastante dinheiro em armas, sendo capaz de se proteger. Além disso, isso poderá provocar a Rússia e a China como seus parceiros próximos", sublinhou Lidovskoy.

Por isso, Washington tentará agir no campo legal, não reconhecendo as eleições, e "tentando assim derrubar Nicolás Maduro", que tem as maiores chances de vencer.

"Se Maduro vencer, o Ocidente enfrentará mais anos sem poder influenciar a política da Venezuela a nível internacional", destacou o especialista.

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Porém, em caso de Maduro acabar perdendo as eleições, isso teria um grande impacto nas relações com a Rússia, acredita Lidovskoy, explicando que ao poder chegaria um representante das forças liberais, orientadas principalmente aos Estados Unidos.

"Este resultado traria riscos para todos os acordos russo-venezuelanos, tanto na área militar como na do petróleo. Por isso, para a Rússia este cenário é indesejável", concluiu Lidovskoy, lembrando que o país latino-americano é um importante parceiro de Moscou tanto econômico como na área estratégico-militar.

Em 22 de abril, um mês antes das presidenciais, na Venezuela se iniciou a campanha eleitoral durante a qual os candidatos à presidência e aos conselhos legislativos poderão fazer publicações nos meios de comunicação social e percorrer o país para apresentar suas propostas.

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