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Agora vai? Mercosul vê acordo próximo com a UE e anúncio pode sair na próxima semana

© AP Photo / Andre PennerAgronegócio critica ação da PF na Operação Carne Fraca
Agronegócio critica ação da PF na Operação Carne Fraca - Sputnik Brasil
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O Mercosul está confiante de que um acordo com a União Europeia (UE) será anunciado na próxima semana, apesar da resistência dos agricultores europeus para permitir importações de carne sem tarifa, disse um funcionário sul-americano nesta terça-feira.

"Há mais de 70% de chances de chegar a um acordo", disse a fonte próxima às negociações que se prolongaram por quase duas décadas, em entrevista à Agência Reuters. Ele pediu para não ser identificado devido ao estágio sensível nas negociações.

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O acordo o Mercosul e a UE seria anunciado à margem da reunião da Organização Mundial de Comércio (OMC), que acontece na próxima semana em Buenos Aires, e poderia ser assinado em meados de 2018, uma vez que todos os aspectos técnicos legais tenham sido verificados.

Os negociadores trocaram ofertas melhoradas em Bruxelas na terça-feira, embora não incluíssem novas ofertas da UE para importações da carne bovina e do etanol da América do Sul, os maiores obstáculos para um acordo.

Essas ofertas serão feitas em Buenos Aires, provavelmente no próximo domingo antes da reunião da OMC, disse o funcionário.

Os membros do Mercosul, o Brasil, a Argentina, o Paraguai e o Uruguai estão pressionando por uma melhoria da oferta da UE de importações sem tarifas para 70 mil toneladas por ano de carne e 600 mil toneladas de etanol por ano. Além disso, os países reclamam que é menor do que a oferta de 100.000 toneladas oferecida pela UE em 2004, embora os negociadores da UE digam que os europeus comem menos carne hoje.

"Estou bastante confiante de que as coisas estão em uma boa pista", disse a fonte do Mercosul. "A carne e o etanol serão problemas difíceis para os ministros na próxima semana, mas encontrar cotas para ambos não está além do alcance".

Ele acrescentou, no entanto, que não esperava que o Mercosul desejasse fechar em qualquer coisa abaixo de 100 mil toneladas de carne bovina. A incapacidade de acabar com a luta contra a carne bovina ameaçou empurrar as negociações comerciais além de um prazo de fim de ano e levar a novos anos de atrasos.

Os 30% finais

A Comissária de Comércio da UE, Cecilia Malmstrom, disse na terça-feira que as partes estão próximas de um acordo.

"Estamos empenhados em fazer isso o mais rápido possível porque estamos quase lá e porque há um impulso e, porque no próximo ano, se isso for muito longo, haverá campanhas eleitorais e correremos o risco de perder esse impulso", disse ela.

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A resistência às importações de carne bovina da América do Sul vem de países agrícolas como a França, a Irlanda e a Polônia. O presidente francês, Emmanuel Macron, disse que a França não teve pressa em chegar a um acordo com o Mercosul.

A Associação de Agricultores da Irlanda chamou as negociações comerciais com o Mercosul de "tóxicas" e disse que o mercado europeu da carne está sendo sacrificado por um acordo com o bloco sul-americano. Já o poderoso lobby do agronegócio do Brasil, a CNA, refuta essa afirmação.

"Nossas exportações de carne para a UE são apenas 5% do mercado europeu. É difícil acreditar que isso possa impedir um acordo", disse Ligia Dutra, chefe de relações internacionais da CNA.

Dutra disse que outros setores agrícolas europeus têm muito a ganhar com um acordo que terá benefícios mútuos para ambos os lados.

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