Opinião: após barbaridade no Texas, discussões sobre armas nos EUA acabarão em nada

© REUTERS / Jonathan BachmanIgreja de Sutherland Springs, local do tiroteio maciço, Texas, EUA, 6 de novembro de 2017
Igreja de Sutherland Springs, local do tiroteio maciço, Texas, EUA, 6 de novembro de 2017 - Sputnik Brasil
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De acordo com a mídia, o atirador do Texas conseguiu comprar armas apesar de seu passado criminoso. Em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, o especialista em ciências políticas, Yuri Svetov, falou sobre a tragédia no Texas e suas consequências ao lobby de armas norte-americanas.

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A Força Aérea dos EUA não cumpriu procedimentos necessários estabelecidos pelo Pentágono, tampouco informou ao FBI sobre o passado criminoso do atirador do Texas, fazendo com que este conseguisse comprar armas, comunica o jornal The Washington Post.

Vale destacar que a Força Aérea dos EUA deveria ter informado aos serviços de defesa que em 2014 Devin Patrick Kelley foi dispensado de sua função por ter agredido sua mulher e filho. Se os órgãos de segurança tivessem sido avisados sobre este incidente, Kelley não teria conseguido comprar armas de fogo. A diretriz do Pentágono obriga informar ao FBI sobre tais tipos de violência.

"Contudo, informações indicam que o caso de violência doméstica, cometido por Kelley, não foi registrado na base do Centro Nacional de Informações sobre Crimes", lê-se no comunicado de um representante da Força Aérea norte-americana. 

De acordo com o jornal, o representante da rede de lojas Academy Sports confirmou que Davin Kelly comprou duas armas em uma das lojas depois de ter passado pela certificação federal no ano passado e neste ano. A investigação não confirmou ainda se o criminoso usou umas das armas compradas durante o tiroteio na igreja.

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Na tarde do domingo (5), Kelly abriu fogo em uma igreja de Sutherland Springs, perto de San Antonio, Texas. O atirador tinha um fuzil semiautomático.

De 2010 a 2014 Kelley trabalhou na Força Aérea dos EUA, mas foi dispensado do serviço por mau comportamento e preso, posteriormente, por agredir sua mulher e filho; passou um ano na prisão.

O especialista em ciências políticas e jornalista, Yuri Svetov, em entrevista ao serviço russo da Rádio Sputnik, acredita que dificilmente essa tragédia poderá influenciar no direito de porte e posse de armas nos EUA.

"Mais uma vez serão iniciadas as discussões sobre proibição de descumprimento dos direitos humanos, que informações deste tipo não devem ser divulgadas em grande escala. Chega ser incompreensível que nas Forças Armadas norte-americanas sirva uma pessoa que já tentou matar sua esposa e seu filho, e essas informações permanecem na estrutura onde a demissão aconteceu. Como é possível? Neste caso, considerações governamentais prevaleceram. A Força Aérea dos EUA não queria que soubessem que entre eles há uma pessoa que, ao invés de proteger o próprio país, tenta matar familiares. Todas as vezes que nos EUA acontece algum incidente gritante, envolvendo assassinato maciço, são iniciadas discussões sobre como isso aconteceu, sobre como o criminoso conseguiu a arma. Cada presidente dos EUA declara uma frase retórica, dizendo que vai pensar como prevenir incidentes deste tipo, e, depois, nada acontece. O lobby de armas é forte demais; surgem especulações quanto ao direito de norte-americanos de possuir armas livremente e tudo acaba sem resultado algum."

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