Decisão do Twitter em proibir anúncios do RT e Sputnik 'é política', diz analista

© REUTERS / Dado RuvicCabos USB com logotipo do Twitter em plano de fundo
Cabos USB com logotipo do Twitter em plano de fundo - Sputnik Brasil
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O Twitter anunciou que não vai mais permitir anúncios dos dois meios de comunicação russos, citando alegações de interferência na eleição presidencial dos EUA de 2016 como o motivo por trás da decisão. A Sputnik discutiu o problema com o diretor executivo do Instituto Ron Paul para a Paz e a Prosperidade, Daniel McAdams sobre o assunto.

Agência Sputnik - Sputnik Brasil
Twitter corta publicidade da Sputnik e RT
O Twitter disse em seu blog recentemente que sua decisão de proibir a publicidade do RT e Sputnik foi baseada "no trabalho retrospectivo que fizemos em torno das eleições de 2016 nos EUA". Após a afirmação, o RT publicou mensagens de vendas de publicidade eleitoral do Twitter, o que demonstra que a rede social estava lutando por milhões de dólares da RT no período anterior às eleições presidenciais dos EUA de 2016.

Em uma entrevista à Rádio Sputnik, o analista dos EUA, Daniel McAdams, comentou a questão afirmando que o movimento do Twitter estava politicamente motivado e que a "demonização" da Rússia provavelmente não acabaria.

Sputnik: O RT realmente publicou um anúncio do Twitter e foi posteriormente procurada pela equipe do site. Porém, a rede também revelou que rejeitou a oferta e decidiram investir em um plano de anúncio mais básico. Será que isso pode acabar com a caça às bruxas?

Daniel McAdams: Não, não acho que seja porque eu não acho que se baseia em algo racional. Em primeiro lugar, a interferência real é a colusão entre as mega-empresas como Twitter e Facebook com o governo dos EUA. O movimento do Twitter é claramente destinado a preparar o terreno para o depoimento que o Twitter, o Google e o Facebook terão nas unidades de inteligência da Câmara e do Senado [dos EUA]. Eles serão capazes de ir até lá e mostrar ao governo como eles estão agredindo o RT e a Sputnik e conseguir algo em seu favor. Então, tudo isso é realmente sobre política, mais do que qualquer outra coisa.

Sputnik: Ao contrário do RT, a Sputnik nunca anunciou no Twitter e o gigante técnico deveria saber disso. Então, qual é o objetivo de proibir alguém que nem sequer anuncia?

Daniel McAdams: Política. Eles vão sentar-se à frente do Comitê e dizer sim, estamos analisando [as denúncias]. O perigo real aqui é que os Estados Unidos tornou-se um estado corporativo onde as corporações e os governos concordam. Agora, se realmente tivéssemos um sistema de mercado limpo nos Estados Unidos […] essas corporações diriam diante do comitê: "Temos um negócio para administrar, não é nada ilegal". Isso é o que você faria em uma sociedade livre. Em vez disso, eles vão chegar aqui, vão falar sobre como eles estão lidando com a Rússia e é tudo sobre se alinhar com o governo.

Sputnik: É hora de retirar as leis anti-truste e usá-las contra organizações como Google e Twitter?

Daniel McAdams: Não, porque isso apenas dá ao governo mais poder. E o governo já tem muito poder, o compartilha com as corporações com as quais compactua. Então, dar ao governo mais poder é como colocar a gasolina no fogo. Essa não é a solução.

Sputnik: O Twitter prometeu mais transparência quando se trata de campanhas publicitárias. Isso significa todas as mídias ou apenas convenientes como RT ou Sputnik em sua visão?

Daniel McAdams: Bem, eles certamente não anunciaram que terão alguma medida adicional quando se trata de anúncios comprados por outros meios de comunicação financiados pelo governo como BBC, France24 e outros. Outros não estão sendo atacados e esta é apenas outra razão pela qual o todo é apenas político. Como se atreve a ter um programa de TV que mostra críticas do governo dos EUA?  […] Como se atrevem a criticar o estado de vigilância dos Estados Unidos?". Todas essas coisas que a inteligência informa, a evidência de que o RT é tão horrível, opondo-se à intervenção ocidental. Isto é o que os meios de comunicação americanos devem fazer. E eles não o fazem porque estão do lado do governo. Esse é o problema real aqui.

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