Trump reforça 'chance real' de deixar acordo com Irã e especialista alerta: 'equivocado'

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"Uma possibilidade muito real". Foi assim que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, falou nesta segunda-feira sobre a possibilidade de o país deixar o acordo nuclear firmado com o Irã, há dois anos, mesmo diante dos pedidos feitos pela comunidade internacional.

Conhecido como Plano Conjunto de Ação Global (JCPOA, na sigla em inglês), o acordo com Teerã foi discutido por Trump em uma reunião no seu gabinete, em Washington. E o republicano ressaltou que continua com a posição contrária à recertificação do documento, o que deve ser feito pelo Congresso dos EUA.

"A segunda fase pode ser positiva e pode ser muito negativa. Me sinto compelido a fazer o que fiz. Estou cansado de que tirem vantagem [dos EUA]. Pode ser uma terminação total [do acordo], essa é uma possibilidade real. Alguns dirão que é uma possibilidade maior", afirmou Trump a repórteres.

Entretanto, as vozes contrárias ao rompimento do acordo seguem sendo ouvidas. Uma delas veio da parte do ex-oficial da CIA, Philip Giraldi. Em entrevista à Sputnik, ele afirmou que Trump não está tentando começar uma guerra com o Irã, mas o presidente está enganado em achar que Teerã irá renegociar o acordo na base da pressão.

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"Trump claramente acredita que aplicar mais pressão sobre o Irã irá forçá-lo a fazer novas concessões sobre mísseis balísticos e em 'interferir' na região, o que não têm nada a ver com armas nucleares", disse ele.

No entanto, Trump não conseguiu apreciar as fortes convicções de líderes em Teerã e do público iraniano sobre o assunto, afirmou Giraldi.

O presidente dos Estados Unidos "está, é claro, errado em sua leitura do governo e das pessoas iranianas. Ele está exigindo que eles abandonem o que eles consideram como interesses vitais em termos de segurança nacional iraniana", analisou o ex-agente da CIA.

"Eu não acho que ele [Trump] acredite que haverá uma guerra, mas ele está dando as ferramentas aos israelenses, sauditas e 'falcões' no Congresso para que isso aconteça, o que eles desejam com fervor", disse Giraldi.

Na semana passada, tanto o ministro da Inteligência israelense, Israel Katz, e o ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Sigmar Gabriel, alertaram que o fim do acordo nuclear com o Irã poderá sim aumentar o risco de uma guerra no Oriente Médio.

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