Qual é a 'grande fraqueza' da tríade nuclear dos EUA?

© AFP 2023 / HO/US NAVY/Christopher SENENKODestróier de mísseis guiados USS Porter (DDG 78) lançando o míssil Tomahawk (TLAM)
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Embora "cada componente da tríade nuclear seja essencial" para a dissuasão, a modernização de um de seus elementos é "especialmente preocupante", opina um analista do The National Interest, informa o RT.

Para dissuadir uma agressão nuclear, os EUA devem mostrar que o seu arsenal estratégico é capaz de sobreviver um ataque e logo levar a cabo "represálias com força devastadora" contra um agressor. 

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No entanto, o exército norte-americano tem uma "grande fraqueza". Seus mísseis intercontinentais terrestres "estão envelhecidos", afirma analista militar do The National Interest Constance Douris, citado pelo RT.

Douris lembra que a tríade nuclear consiste de submarinos equipados com mísseis, bombardeiros e mísseis terrestres intercontinentais. Cada um destes três elementos complica o cálculo de um potencial agressor quando planeja atacar os EUA ou seus aliados. O Pentágono está avaliando cada elemento da tríade no âmbito de uma revisão da sua capacidade nuclear, que deve estar concluída em dezembro ou no início do próximo ano.

Componente preocupante  

De acordo com o analista, a modernização do componente terrestre da tríade, conhecido sob o nome de Dispersão Estratégica Baseada em Terra (GBSD em inglês) é "particularmente preocupante" porque está concorrendo com outras prioridades em questões de financiamento, tais como os aviões de combate F-35, os bombardeiros B-21 e os aviões de abastecimento KC-46. 

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Além disso outras partes da tríade nuclear também devem ser modernizadas, incluindo o programa de submarinos da classe Columbia, as ogivas nucleares e bombas, bem como os sistemas de comando e controle.

Enquanto isso, os atuais mísseis Minuteman III foram lançados pela primeira vez nos anos setenta e, apesar de que alguns componentes e subsistemas terem sido melhorados durante as últimas décadas, "é tempo de serem substituídos", segundo confirmou o chefe do Estado-Maior da Força Aérea, David Goldfein. 

Risco de um défice de capacidade  

O analista explica que os ICBM são úteis porque atuam como uma "esponja": um adversário teria que lançar pelo menos uma ogiva contra cada um para destruí-los todos, esgotando assim o próprio arsenal. Se um atacante não os destruir todos, os mísseis restantes podem ser utilizados para um ataque de resposta, que causaria grandes danos ao agressor. 

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É por isso que o programa GBSD "não pode ser adiado" por causa das batalhas orçamentais, que "põem em perigo a confiabilidade dos mísseis", enfatizou Douris. 

Se houver um adiamento do programa, o número de ICBMs operacionais "diminuiria significativamente" na década de 2030 e "criaria um défice de capacidade", uma vez que o número de mísseis que um adversário teria que disparar também seria reduzido. 

Assim, "cada componente da tríade nuclear é essencial" para a dissuasão e "necessita de ser modernizado". Em particular a modernização dos elementos terrestres não deve ser adiada, concluiu o analista.

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