Ataque acústico em Cuba: 'Dessa administração dos EUA se pode esperar qualquer coisa'

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A Sputnik Mundo entrevistou o analista e professor cubano Jorge Casals sobre a veracidade e as intenções da denúncia do Departamento de Estado dos EUA quanto aos "ataques acústicos" que os funcionários da sua embaixada em Havana teriam sofrido.

De acordo com a denúncia, os funcionários da embaixada teriam sido alvo deste tipo de ataques desde os finais de 2016 e, como consequência, as pessoas afetadas sofreram sérios problemas de saúde. 

"Quando li a notícia pela primeira vez, dei uma risada. Voltei a lê-la de novo e ri outra vez. Se isso tivesse sido publicado sobre qualquer outro país do mundo, morreria de tanto rir mas, como se trata dos EUA, o mundo leva isso a sério", revelou à Sputnik Mundo Jorge Casals, ex-diretor do Instituto de Relações Internacionais de Cuba.

"Não faz sentido nenhum para Cuba querer prejudicar audição dessas pessoas. Com os EUA deve se ter muito cuidado: gente com muito poder e meios de comunicação repetem essas tolices para conseguir seus interesses", acrescentou.

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 Segundo Casals, por trás dessas estratégias há "más intenções ocultas', portanto tem que "se estar preparado para rir", mas também para tomar medidas tais como as respostas diplomáticas divulgadas por Cuba.

A nota avançada a 9 de agosto pelo Ministério das Relações Exteriores de Cuba desmente qualquer participação cubana em "incidentes que teriam causado sintomas físicos" a vários diplomatas americanos. Mesmo assim, Washington expulsou dois diplomatas cubanos, decisão vista por Havana como "injustificada e infundada".

"Sem dúvida nenhuma há alguma intenção por trás dessa denúncia ridícula. A chancelaria dos EUA é chefiada por um indivíduo (Rex Tillerson) que não é diplomata e o próprio presidente Trump pouco sabe de diplomacia. Dessa administração [dos EUA] se pode esperar qualquer coisa", indicou Casals.

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As autoridades americanas afirmam que os seus diplomatas foram vítimas de um "ataque acústico" com "sofisticados dispositivos de som" que funcionariam fora da gama de sons audíveis e teriam sido colocados nas suas residências, o que provocou a perda da capacidade auditiva. Os sintomas se assemelhavam a uma concussão.

Segundo a rede CNN,  durante muitos anos os diplomatas americanos em Havana se queixavam de sofrer intimidações por parte dos funcionários cubanos, como violações de seus automóveis e domicílios. Entretanto, após o restabelecimento das relações entre os EUA e Cuba em 2015, as denúncias de assédio cessaram.

"O incidente ocorrido em maio trouxe efeitos só em agosto. Porque não foi denunciado antes? O Che (Guevara) nos alertou uma vez: não se pode confiar no imperialismo nem um tantinho assim", concluiu o professor cubano.

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