Quais são os impactos da visita de Macri a Trump

© REUTERS / Carlos BarriaO presidente dos EUA, Donald Trump, conversa com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, durante uma reunião na Casa Branca em Washington
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O presidente argentino Mauricio Macri se reuniu com Donald Trump na Casa Branca nesta semana. Na pauta do encontro, direitos humanos, comércio exterior e Venezuela. A visita do comandante da Casa Rosada à Washington indica uma mudança nas relações entre os dois países que já havia sido sinalizada com a ida de Barack Obama à Buenos Aires.

Trump afirmou que os dois países serão “grandes amigos”. Macri, que também tem um passado empresarial, conhece Trump há décadas.

“O protagonismo internacional (da Argentina) é alto. Essa reunião de agora marca isso”, disse o especialista em comércio internacional Miguel Ponce, que qualificou a visita como um importante passo para que o “país vá encontrando mecanismos de uma integração inteligente com o mundo”. Nós próximos meses Macri irá visitar Japão e China.

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Além disso, a Argentina será sede da 11ª Conferência Ministerial da Organização Mundial do Comércio, no final de 2017. Buenos Aires também receberá uma reunião do G20, grupo das 20 maiores economias do mundo, em 2018.

Comércio exterior

“Eu vou falar para ele sobre a Coreia do Norte e ele irá me falar sobre limões”, disse Trump, em referência ao embargo à fruta cítrica e uma das principais mercadorias de exportação do país latino. O produto teve sua importação pelos Estados Unidos suspensa por 16 anos. Entretanto, Barack Obama suspendeu o embargo no final de seu mandato, só que poucos meses depois Trump voltou a vetar o produto argentino. O republicano disse que “considerará seriamente” a questão.

“Os presidentes instruíram seus gabinetes para que se construam caminhos para a resolução de questões agrícolas bilaterais”, informou declaração conjunta publicada pelos governos.

Direitos humanos

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A visita marcou a divulgação de um lote de documentos do governo dos EUA relacionados a crimes cometidos durante a última ditadura militar na Argentina (1976-1983). São arquivos da CIA, FBI e outros organismos estatais que envolvem a presidência de Gerald Ford, Jimmy Carter e Ronald Reagan. Segundo a Casa Branca, a divulgação foi um pedido de Macri.

O assunto ganhou destaque durante a visita de Obama à Argentina. O presidente estadunidense foi muito criticado por sua visita coincidir com o aniversário de 40 anos do golpe militar, em 24 de março, feriado nacional na Argentina. Inicialmente, Obama havia planejado passar a data em uma visita à Escola de Mecânica da Armada (ESMA, na sigla em espanhol) — um dos mais simbólicos campos de detenção e tortura do regime e que hoje funciona como um museu — mas recuou diante da pressão de organismos de direitos humanos. Os Estados Unidos, principalmente durante a presidência de Gerald Ford, foram aliados dos militares argentinos.

Venezuela

Os presidentes abordaram a atual instabilidade política na Venezuela, que decidiu se retirar da Organização dos Estados Americanos (OEA) após o bloco sinalizar que poderia utilizar a cláusula democrática contra o país.

“A Venezuela é um desastre. Estou muito triste de ver o que está acontecendo com a Venezuela”, disse Trump. Já em um comunicado conjunto, os mandatários manifestaram sua “forte preocupação pela deterioração” do país. Macri é um crítico de longa data do presidente Nicolás Maduro.

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