Plano dos EUA para o Oriente Médio é 'mudar fronteiras de duas dezenas de Estados'

© AP Photo / Hasan JamaliCimeira de segurança no Oriente Médio em Bahrein
Cimeira de segurança no Oriente Médio em Bahrein - Sputnik Brasil
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Vladimir Putin, e seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, se reunirão em Sochi no dia 3 de maio. Segundo Ismail Hakki Pekin, ex-chefe da inteligência militar da Turquia, o encontro reforçará as posições de Ancara nas negociações com os EUA sobre a Síria. Pekin também disse que Washington planeja mudar as fronteiras estaduais na região.

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De acordo com Peskov, durante suas conversas os dois líderes se concentrarão no assentamento sírio.

Especialistas turcos e políticos ouvidos pela Sputnik fizeram um prognóstico otimista para as próximas negociações.

Hasan Basri Kurt, legislador do Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP), afirmou que as negociações entre Putin e Erdogan provavelmente produzirão resultados positivos para Moscou e Ancara.

"Há uma série de questões importantes na região e a discussão é um grande passo positivo tanto para a Rússia como para a Turquia. Entre eles (os dois países) ha cooperação energética bilateral e a luta contra o terrorismo, e [estes tópicos] estarão na agenda. A normalização das relações entre os dois países continuam e, durante a reunião em Sochi, novas medidas serão tomadas", disse Kurt à Sputnik Turquia.

Comentando o processo de negociação de Astana sobre a Síria, o legislador sublinhou que o cenário estabeleceu as bases para uma nova etapa no assentamento sírio.

"As negociações de Astana devem continuar, as partes podem ter diferenças em alguns pontos, talvez as diferenças não possam ser completamente superadas, mas as partes deveriam encontrar um terreno em comum. O que é mais importante é que os poderes regionais estejam envolvidos nas negociações. Medidas devem ser tomadas a fim de pôr fim à atual catástrofe humanitária na Síria", ressaltou.

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Kurt também sugeriu que, após as negociações, a remoção das sanções econômicas entre Moscou e Ancara se aceleraria porque "os laços econômicos entre a Rússia e a Turquia não são como qualquer outro país".

"Há uma escassez de recursos energéticos na Turquia e é por isso que os compramos da Rússia, o que, contudo, aumenta o nosso défice do comércio exterior." Apesar disso, Ancara quer desenvolver a cooperação econômica com Moscou a um nível em que ela ajude a manter a paz e a estabilidade na região", disse o legislador.

Ismail Hakki Pekin, ex-chefe do Departamento de Inteligência do Comando Geral da Turquia também destacou a importância das próximas negociações, acrescentando que os acordos que poderiam ser feitos durante a reunião ajudariam a Rússia a fortalecer sua posição na região do Báltico e na Europa Oriental.

"As conversas entre Putin e Erdogan provavelmente aumentarão as posições da Rússia na região do Báltico e na Europa Oriental, ao mesmo tempo que fortalecerão as posições de Erdogan sobre a Síria frente as negociações com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em Washington, nos dias 16 a 17 de maio" Pekin disse à Sputnik Turquia.

"O plano dos EUA está mudando as fronteiras dos 23-24 estados do Oriente Médio, estabelecendo novas entidades estatais, mantendo a segurança de Israel e impedindo o Irã de se tornar um poder regional", disse Pekin.

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Ele sugeriu que, se a Turquia parasse de insistir na remoção do poder do presidente sírio, Bashar Assad, isso facilitaria a aproximação entre Moscou e Ancara.

"A Turquia quer que Assad vá embora, mas a prioridade da Rússia é acabar com os terroristas do Daesh da região e preservar a integridade territorial da Síria", enfatizou.

Segundo Pekin, o objetivo final de Washington é reorganizar as fronteiras estaduais na região.

"Isso não só permitiria à Turquia melhorar os laços com a Rússia, mas também daria a Ancara novas oportunidades para tomar a iniciativa na região", concluiu.

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