Opinião: FBI dá a Trump chance de vencer

© REUTERS / Jonathan ErnstDonald Trump, candidato presidencial norte-americano do Partido Republicano, durante uma reunião com seus seguidores em Tampa, Flórida
Donald Trump, candidato presidencial norte-americano do Partido Republicano, durante uma reunião com seus seguidores em Tampa, Flórida - Sputnik Brasil
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Gevorg Mirzayan, professor do departamento de ciência política da Universidade Financeira, afiliada ao governo russo, partilhou no seu artigo para RIA Novosti a sua visão sobre a corrida pela presidência dos EUA.

De acordo com ele, por todo o mês de outubro s especialistas estavam à espera de um acontecimento que minasse a imagem da candidata do Partido Democrático Hillary Clinton.

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Pensava-se que o ataque à carreira política da ex-secretária de Estado da administração Obama poderia chegar da embaixada do Equador, onde Julian Assange permanece exilado. Mas o ataque chegou da sede da Agência Federal de Investigação americana, o FBI.

O novo "agente do Kremlin", de acordo com a opinião de ativistas americanos liberais, é o chefe do FBI, não obstante um dos objetivos da agência ser a luta contra agentes russos nos Estados Unidos.

James Comey, agora acusado de ser manipulado, chamou a atenção pelo fato de ter tomado a decisão de reabrir a investigação sobre os e-mails de trabalho que Hillary Clinton enviou através de da sua conta pessoal.

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Lembramos que Clinton poderia ter divulgado segredos de Estado ao enviar documentos secretos por via de um servidor não protegido enquanto ocupava o posto de secretária de Estado.

Não obstante a decisão final da investigação, era suposto que Clinton deveria retirar a sua candidatura à presidência por simples envolvimento em um escândalo deste tipo.

Durante a investigação, o FBI sofreu imensa pressão pública e outra menos óbvia nos corredores e acabou por parar o caso, mas recentemente surgiram novos detalhes — ainda não divulgados, ligados com o ex-congressista Anthony Weiner, marido da assistente de Clinton Huma Abedin.

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No seu artigo o especialista nota que os novos documentos poderiam ser suficientes para reiniciar a investigação pelo FBI e é por isso que Comey informou o Congresso americano sobre o processo.

Claro que a presidenciável democrata não ficou feliz por ouvir a informação, dizendo:

"É estranho que a informação deste tipo com detalhes mínimos apareça muito próximo das eleições. Em geral, não só é estranho, é sem precedentes e suscita sérias questões."

Os apoiantes de Hillary não foram tão discretos, acusando o chefe do FBI de várias coisas — de falta de vontade de acusar a Rússia de ataques cibernéticos (dos quais de fato não há nenhuns provas) até sugestões de ligação com o presidente russo Vladimir Putin.

"As consequências destas declarações podem ser bastante sérias. <…> É que a autoridade do FBI e em geral de todos os serviços secretos dos EUA, que até o momento eram considerados os mais poderosos no mundo, está sendo questionada", escreveu Mirzayan.

Segundo o especialista russo, como quer que a situação se venha a desenvolver para o FBI, quem realmente beneficiará do novo escândalo será o outro candidato, o bilionário Donald Trump.

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Para muitos ele já não era considerado perigoso, mas em poucos dias o seu ranking subiu, e a diferença entre ele e Clinton diminuiu de 6 para 2%.

Caso o ranking da candidata democrata continue a cair, Trump pode ter todas as chances de vencer.

Só duas coisas podem interferir – o tempo e os votos antecipados: se muitas pessoas já votaram em Clinton, o republicano pode não ter chance.

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É possível votar antecipadamente em 37 estados americanos e no Distrito de Colúmbia da capital americana, Washington. A votação continua em curso desde 23 de outubro. Cerca de 21 milhões de americanos já votaram e o número daqueles que votaram antecipadamente pode atingir 40%.

É por isso que, mesmo se algo mais sério aparecer na Internet durante os restantes seis dias, aqueles que já votaram só poderão assistir ao erro que cometeram sem possibilidade de mudar para outro candidato.

Assim, a situação é, pelo menos, interessante e o especialista concluiu o seu artigo dizendo:

"Após tais irregularidades, será difícil chamar as eleições atuais de justas e livres, mas sejamos honestos, em 9 de novembro isso não preocupará muitos. Os vencedores não são julgados."

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