Boston Globe: EUA irão à falência se continuarem gastando tanto com guerras

© AP Photo / Hani MohammedOs mercenários norte-americanos
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O economista norte-americano Jeffrey Sachs fez uma crítica feroz aos EUA por estes gastarem demasiado dinheiro com as operações militares em todo o mundo, comunicou o jornal americano The Boston Globe.

Na sua análise publicada pelo The Boston Globe, Sachs frisa que o fator principal no processo de alocação de recursos nacionais é uma escolha entre a guerra e a paz, bem como entre as armas e o pão.

"Já os EUA estão fazendo uma escolha errada pela raiz ao desperdiçar enormes somas de dinheiro e minar a segurança nacional. Se o nosso próximo presidente não sair desta armadilha com as guerras dispendiosas no Oriente Médio, todas estas despesas orçamentais  podem minar qualquer esperança de resolvermos nossos vastos problemas internos " alega Sachs.

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De acordo com ele, os EUA estão agora sofrendo do que o historiador Paul Kennedy chama de 'sobrecarga imperial'.

O economista norte-americano chama atenção para a falta de objetividade do termo 'império' em relação aos Estados Unidos, salientando que ele serve bem para descrever de que maneira os EUA estão usando seu poder.

Império  é um grupo de territórios controlado pelas mesmas autoridades, explica o acadêmico.  Embora os Estados Unidos não controlem muitos territórios ultramarinos de maneira direta, suas forças armadas estão situadas em dezenas de países. Além disso, Washington tem usado o poder para decidir quem é que vai administrar esses Estados.

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Sacks também cita algumas estatísticas: de acordo com os dados publicados pelo Departamento de Defesa norte-americano em 2010, o país possui de 4999 instalações militares, 662 dos quais estão localizadas em outros países.

Anualmente, Washington gasta cerca de 900 bilhões de dólares, ou seja, por volta de um quarto de todas as despesas governamentais, com a gestão das instalações e as operações militares.

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Entretanto, Sachs aponta que o fato de as guerras dos EUA quase nunca terem servido aos interesses nacionais do país, tornou-se algo com que quase todos concordam.
Ele compara o atual estado das coisas nos Estados Unidos à situação na União Soviética na década de 80.

"A União Soviética se destruiu a si mesma devido às aventuras demasiado caras fora do país, tais como a invasão do Afeganistão em 1979, e investimento excessivo nas Forças Armadas. Hoje em dia, os EUA estão investindo muito dinheiro no complexo militar-industrial e, se eles continuarem guerras no Oriente Médio e intensificarem uma corrida armamentista com a China, eles enfrentarão um caminho semelhante ao declínio", diz o economista.

Deste modo, os EUA estão encarando um dilema: continuar a implementar seu projeto de 'dominação unipolar' apesar das falhas no Oriente Médio e problemas econômicos internos, ou pôr termo às suas aspirações  imperiais, resume Sachs.

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