Snowden deve retornar aos EUA e enfrentar a Justiça, diz Departamento de Estado norte-americano

Nesta segunda-feira (26), o porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Ned Price, declarou que o ex-funcionário de inteligência de Washington Edward Snowden deveria retornar ao país para ser processado.

Mais cedo o presidente russo, Vladimir Putin, concedeu cidadania russa a Snowden, que vive sob asilo na Rússia desde 2014. O porta-voz do Departamento de Estado norte-americano foi questionado sobre a medida durante uma coletiva de imprensa.

"Nossa posição não mudou. Snowden deve retornar aos Estados Unidos, onde deve enfrentar a Justiça como qualquer outro cidadão norte-americano faria", disse Price.

O advogado de Snowden na Rússia, Anatoly Kucherena, disse à Sputnik que a esposa do norte-americano solicitará em breve a cidadania russa. Segundo ele, a filha de Snowden já recebeu a cidadania russa em virtude de ter nascido na Rússia.

Edward Snowden, denunciante da Agência de Segurança Nacional (NSA, na sigla em inglês) dos EUA, fala com participantes da conferência Revolution 2021 no Gaylord Palms Resort and Convention Center em Kissimmee, Flórida, EUA, foto publicada em 5 de agosto de 2021

CC BY-SA 2.0 / Flickr.com / Gage Skidmore /

Snowden, um ex-funcionário da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês), vazou centenas de milhares de documentos confidenciais em 2013. Além de expor o programa de vigilância interna dos EUA, os documentos de Snowden revelaram ao mundo o alcance da espionagem norte-americana, que incluía escutas sobre líderes mundiais, como a ex-chanceler alemã Angela Merkel e a ex-presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

Snowden fugiu dos EUA para Hong Kong antes de ir para a Rússia, onde passou mais de um mês em um aeroporto de Moscou, enquanto os EUA tentavam que ele fosse entregue para enfrentar um julgamento criminal por acusações de espionagem.

Em 2014, o ex-agente da NSA recebeu asilo na Rússia e uma autorização de residência de três anos. Essa permissão foi prorrogada e eventualmente substituída por uma autorização de residência permanente.