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Сonflito entre Grécia e Turquia pode resultar no colapso da OTAN, diz analista

© AFP 2023 / Adem AltanRecep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia (no centro), durante 100º aniversário da vitória do país sobre a Grécia na Batalha de Dumlupinar em 1922, no mausoléu de Mustafa Kemal Ataturk, fundador da República Turca em Ancara, Turquia, 30 de agosto de 2022
Recep Tayyip Erdogan, presidente da Turquia (no centro), durante 100º aniversário da vitória do país sobre a Grécia na Batalha de Dumlupinar em 1922, no mausoléu de Mustafa Kemal Ataturk, fundador da República Turca em Ancara, Turquia, 30 de agosto de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 17.09.2022
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Qualquer conflito entre a Grécia e a Turquia pode levar ao colapso da OTAN, embora neste momento tal reviravolta seja pouco provável, mesmo em meio a mais um agravamento das relações entre os dois países, diz o professor Dimitris Stathakopoulos, da Universidade Pantheon, especialista em assuntos turcos, entrevistado pela Sputnik.
As tensões entre a Turquia e a Grécia se agravaram de maneira acentuada após 23 de agosto. Nesse dia, conforme Ancara, quando os caças turcos F-16 estavam efetuando uma missão no âmbito da OTAN no espaço aéreo sobre o mar Egeu, eles foram "capturados no radar" do sistema de defesa aérea S-300 da Força Aérea grega, posicionado na ilha de Creta.
As autoridades turcas declararam suas intenções de levantar a questão da perseguição pela Grécia dos seus aviões militares a nível da OTAN. O presidente turco Recep Tayyip Erdogan afirmou que a Grécia "pagaria muito caro" caso "avançasse".

"Por enquanto, a Turquia fala muito e faz pouco. Mas isso não nos deve tranquilizar. Suponho que não se desencadeará um conflito armado, por a Grécia não estar pronta para tal, não o podendo permitir. Além disso, um pequeno conflito com a Grécia pode levar a uma situação de crise, ao colapso da OTAN, devido ao enfrentamento entre os dois Estados-membros. Isso se tornaria um grande problema para a aliança em um momento em que esta tenta se expandir em meio às tensões entre a Ucrânia e a Rússia", acredita Stafakopoulos.

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Segundo o especialista, é mais provável que a OTAN "puxe as orelhas de ambos os países", pedindo-lhes que resolvam o conflito por conta própria.

"O que eu temo é que 'resolver as coisas entre si' significará, na realidade, que a Grécia, que tem direitos legais, se verá obrigada a ser conciliadora com o intruso, a Turquia. Com a bênção dos nossos 'aliados' comuns da OTAN, faremos do agressor um parceiro igual. Para mim, isso seria uma derrota como a que já sofremos na questão da Macedónia do Norte. Nós transferimos o nosso nome nacional para este país, sem quaisquer ameaças da sua parte. A Turquia viu neste passo a fraqueza da Grécia, enquanto a Grécia se mostrou como uma filha obediente dos aliados, que faz tudo o que os EUA e a Alemanha lhe dizem. Uma vez que a Grécia cedeu a um pequeno país, do tamanho do Peloponeso, será que não cederá a uma grande Turquia? É o que precisamente o presidente Erdogan pensa", salienta o especialista.

Segundo Stafakopoulos, o conflito na Ucrânia demonstrou ao líder turco a fraqueza do Ocidente no campo da autonomia alimentar e energética, além de expor o declínio demográfico na Europa. Ao mesmo tempo, conforme o analista, a Turquia está se virando lentamente para a Eurásia, considerando-a o seu "território natural".
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Nesse contexto, o país possui um grande potencial alimentar, energético e está registrando um crescimento demográfico. Erdogan acredita que a Turquia vai seguir se desenvolvendo, sobrevivendo à situação atual, ao contrário do mundo ocidental, incluídos os gregos, que desaparecerão em 30-40 anos por razões práticas, devido à falta de alimentos, energia e crise demográfica.
"Portanto, Erdogan não tem motivos para travar uma guerra armada contra a Grécia. Ele acredita que nós vamos cair como frutos maduros, como um dia caiu o Império Bizantino depois de 400 anos de cerco", concluiu o especialista.
Nas últimas semanas, a retórica nas relações greco-turcas se tornou mais dura. Assim, o presidente turco Erdogan afirmou em 3 de setembro que a Grécia ameaça a Turquia com os sistemas de defesa aérea S-300 e pagaria "um preço alto" caso continuasse a usá-los contra Ancara. Segundo o ministro da Defesa turco Hulusi Akar, a Grécia ignora o direito internacional e as relações de boa vizinhança.
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