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Ao contrário dos EUA, Europa não pode atuar como mediadora no conflito ucraniano, diz analista

© Sputnik / Sergei GuneevBandeiras da Rússia e União Europeia
Bandeiras da Rússia e União Europeia - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2022
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O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, tinha razão ao falar que a Europa não pode desempenhar o papel de mediadora no conflito na Ucrânia, já que só os EUA podem se sentar à mesa de negociações com a Rússia, afirmou o político e jurista belga, Mischael Modrikamen.

"Orbán tem razão: a Europa não pode se apresentar como uma eventual mediadora entre a Rússia e a Ucrânia. Tem razão ao salientar que a Europa tem se tornado parte do conflito e, de fato, aliada [da Ucrânia] na guerra, começando a fornecer às tropas ucranianas armas letais pesadas. Orbán tem razão ao falar que os EUA podem impor a vontade deles, por não dependerem energeticamente de outros. […] Estão torcendo cuidadosamente as mãos dos seus aliados na Europa", disse o analista em uma entrevista à Sputnik.

Segundo Modrikamen, Orbán efetuou uma análise correta da abordagem geopolítica dos EUA em relação à situação com a Rússia: é que os EUA nunca esconderam que usariam a energia como uma arma. Os Estados Unidos têm sempre conduzido políticas de sanções mais bruscas, querendo que a Europa compre o seu gás por dólares.
Maria Zakharova, representante oficial do Ministério das Relações Exteriores russo, durante briefing em Moscou, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 27.07.2022
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As negociações sobre a resolução da situação na Ucrânia, como afirmou Orbán, devem ser realizadas de forma direta entre a Rússia e os Estados Unidos, já que as forças principais do conflito são representadas por estas partes, supõe Modrikamen.
Conforme o analista, a Ucrânia não deixa de ser apenas uma ferramenta norte-americana neste confronto, por os EUA ainda verem a Rússia como a sua inimiga principal.
Na opinião do político belga, Viktor Orbán representa o principal obstáculo, "ovelha negra" no caminho da União Europeia de estabelecer as políticas unidas em relação à Rússia, junto com outros assuntos. Em particular, Orbán "se recusou a fornecer armas à Ucrânia, fechou as fronteiras húngaras para os imigrantes ilegais e se recusou a apoiar cegamente os novos valores europeus".
"Isso representa um problema para Bruxelas, já que muitos europeus partilham o ponto de visto dele [de Viktor Orbán]."
Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, durante reunião com o presidente belarusso, Aleksandr Lukashenko, em Minsk, Belarus, 5 de junho de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 23.07.2022
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Salientando que o partido de Orbán já ganhou as eleições na Hungria várias vezes consecutivas, enquanto as eleições foram reconhecidas por observadores internacionais respeitados, o analista afirmou que Orbán é "uma voz do bom senso" na Europa atual.
Ao mesmo tempo, muitos políticos europeus também apoiam Viktor Orbán, especialmente a oposição de Emmanuel Macron na França, que tem expressado ideias semelhantes, visto que o presidente francês não conseguiu a maioria absoluta nas eleições legislativas, que se deram há pouco.
A Grécia, Espanha e Portugal junto com a Hungria não apoiaram a ideia da Comissão Europeia sobre a redução da procura de gás em 15%, enquanto as tentativas da União Europeia de exercer pressão sobre Orbán só fortalecem as suas posições aos olhos dos cidadãos húngaros, acredita Modrikamen.
Após o início da operação militar especial de desnazificação e desmilitarização da Ucrânia, o Ocidente fortaleceu a pressão de sanções contra a Rússia. O rompimento das cadeias logísticas levou ao aumento de preços do combustível e alimentos na Europa e nos EUA, o que afetou milhões de famílias europeias. A recusa da Europa de se sentar à mesa de negociações com a Rússia só fez com que a situação econômica na União Europeia piorasse.
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