Diretor-geral da Roscosmos confirma que a Rússia deixa a EEI em 2024

Yuri Borisov, diretor-geral da agência espacial russa, ressaltou que a Rússia pretende deixar as operações da Estação Espacial Internacional e se concentrará na construção de sua própria estrutura.

A Rússia cumprirá seus compromissos com seus parceiros e se retirará da Estação Espacial Internacional (EEI) após 2024, disse na terça-feira (26) Yuri Borisov, diretor-geral da agência espacial russa Roscosmos.

"Vocês sabem que estamos trabalhando no âmbito da cooperação internacional na Estação Espacial Internacional. Com certeza que cumpriremos todas as nossas obrigações perante nossos parceiros, mas foi tomada a decisão de saída desta estação após 2024", confirmou ele em um relatório a Vladimir Putin, presidente da Rússia.

Borisov referiu que, por essa época, a Roscosmos começará a criar a estação orbital russa.

Por sua vez, a agência espacial americana NASA explicou que não recebeu nenhuma notificação de Moscou sobre o fim da cooperação na EEI, mas estaria pronta para continuar a parceria em qualquer caso.

Em abril, Dmitry Rogozin, então diretor-geral da Roscosmos (2018-2022), apontou que a Rússia daria um ano de aviso prévio aos parceiros da EEI antes do final dos trabalhos, um prazo estipulado por compromissos internacionais, disse ele.

Os países ocidentais impuseram sanções multissetoriais contra a Rússia depois que Moscou iniciou uma operação militar especial na Ucrânia, incluindo contra a indústria espacial russa.

A Roscosmos apelou em seguida à NASA e às agências espaciais europeia e canadense para que levantassem as restrições às empresas russas Progress, Rossiyskie Kosmicheskie Sistemy (Sistemas Espaciais Russos) e o Instituto Central de Pesquisa de Construção de Máquinas (TsNIIMash), sublinhando que sem estas três entidades é impossível haver a operação segura da EEI.

É planejado que a EEI esteja em operação até 2030, com a NASA esperando deixar cair a estrutura em uma área remota no sul do oceano Pacífico.