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Presidente belarusso: para a Ucrânia é demasiado tarde para discutir questões territoriais

© Sputnik / Serviço de Imprensa da Presidência da Belarus / Acessar o banco de imagensPresidente belarusso Aleksandr Lukashenko durante uma entrevista a jornalistas russos em Minsk
Presidente belarusso Aleksandr Lukashenko durante uma entrevista a jornalistas russos em Minsk - Sputnik Brasil, 1920, 21.07.2022
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Em sua entrevista à agência de notícias France-Presse, o presidente belarusso Aleksandr Lukashenko afirmou que a resolução do conflito na Ucrânia depende apenas de Kiev, que deve reconhecer a perda dos territórios que a Rússia tomou ao longo da operação militar.
O presidente belarusso, Aleksandr Lukashenko, acredita que agora é o momento em que o conflito na Ucrânia ainda pode ser resolvido nas condições "mais favoráveis" a Kiev.
"Tudo depende da Ucrânia [...] A particularidade do momento em que estamos agora é que ainda é possível acabar essa guerra em condições mais favoráveis a Kiev", afirmou Lukashenko em uma entrevista à agência de notícias France-Presse.
Segundo a agência, o presidente belarusso também disse que o Ocidente, a Ucrânia e a Rússia devem chegar a um acordo sobre a resolução do conflito ucraniano a fim de evitar uma guerra nuclear.
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"Devemos parar, chegar a um acordo, pôr fim a esta confusão, à operação e à guerra na Ucrânia", afirmou Lukashenko.
"Vamos parar e depois decidir como seguir vivendo [...] Não há necessidade de continuar. Se continuarmos, teremos o abismo da guerra nuclear", avisou o líder belarusso.
Aleksandr Lukashenko salientou que a Rússia ainda não começou a utilizar todas as suas forças que poderia na Ucrânia.
"A guerra que está sendo conduzida lá [na Ucrânia] ainda não é aquilo que a Rússia poderia conduzir", disse o político.
Quanto às raízes da crise ucraniana, o líder belarusso afirmou na sua entrevista que o Ocidente queria desencadear um conflito contra a Rússia e depois "provocou" a crise na Ucrânia.
"Foram vocês que provocaram esta guerra. Vocês desencadearam a guerra e a mantêm", defendeu Lukashenko, afirmando que, se a Rússia não se "antecipasse" à OTAN, os países da aliança "organizariam uma ofensiva contra ela".
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Além disso, ele acrescentou que ao longo dos últimos anos na Ucrânia têm se formado fatores internos da crise, que ao final levaram ao agravamento das relações com a Rússia, que já eram problemáticas. Lukashenko apresentou o fato de as autoridades ucranianas terem deliberadamente limitado o uso da língua russa, junto com manifestações ofensivas em relação às autoridades russas, como exemplo.

"Para que proibiram o uso da língua russa, para que conduziram dentro da Ucrânia a política dos governos de Poroshenko e Zelensky? Desta maneira, eles sempre têm empurrado de dentro a Ucrânia para a guerra [...] Havia razões internas para que a Rússia, por assim dizer, colocasse a Ucrânia no seu lugar. Para que insultavam as autoridades russas? Para que insultavam o presidente Putin? Eles não criticavam Macron desta maneira, embora houvesse razões para isso", disse.

Assim, o presidente belarusso destacou que está convencido de que a responsabilidade pela resolução da crise na Ucrânia cabe apenas a Kiev, as autoridades ucranianas devem recomeçar as negociações com a Rússia. Ao mesmo tempo, ele disse que durante as negociações a Ucrânia deve aceitar o fato de ela ter perdido as regiões que passaram para o controle da Rússia.
© Sputnik / Maksim Blinov / Acessar o banco de imagensO presidente russo Vladimir Putin e o presidente belarusso Aleksandr Lukashenko posam para uma foto durante uma reunião em São Petersburgo, Rússia, 25 de junho de 2022
O presidente russo Vladimir Putin e o presidente belarusso Aleksandr Lukashenko posam para uma foto durante uma reunião em São Petersburgo, Rússia, 25 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 21.07.2022
O presidente russo Vladimir Putin e o presidente belarusso Aleksandr Lukashenko posam para uma foto durante uma reunião em São Petersburgo, Rússia, 25 de junho de 2022
Segundo o artigo da agência France-Presse, "na opinião de Lukashenko, a Ucrânia deve reconhecer que os territórios do sul e do leste do país, tomados pela Rússia, estão perdidos".
O líder belarusso sugeriu que já é demasiado tarde para discutir as questões territoriais. "Está fora de questão. Isso ainda poderia ter sido discutido em fevereiro ou março", acredita o político.
Ao mesmo tempo, respondendo às acusações sobre os planos do líder russo de expandir os territórios da Rússia através da Ucrânia, Aleksandr Lukashenko afirmou que Vladimir Putin não sonha com nenhum Estado pan-eslavo, sendo este uma ficção dos países ocidentais.

"Era eu quem sonhava com um Estado eslavo. Em certo período, eles [a Rússia] promoviam o conceito do mundo russo. Fui eu quem sempre, a partir dos anos 90, disse que há Estados eslavos. Nestes Estados, eu via todos [os eslavos]: polacos, eslovacos, búlgaros e outros. E não devemos perder os nossos laços. É verdade que cada um vive no seu próprio Estado. Mas somos eslavos. Eu já falei disso. Sendo assim, Putin não falou nada sobre nenhum Estado pan-eslavo, nem sonhava com isso. Isso era ficção vossa", cita o serviço de imprensa da administração de Lukashenko a sua fala na entrevista à France-Presse.

A Rússia iniciou a operação militar na Ucrânia em 24 de fevereiro. O presidente russo, Vladimir Putin, declarou como seu objetivo "defender as pessoas que ao longo de oito anos têm sofrido de intimidações e genocídio por parte do regime de Kiev". Assim, planeja-se efetuar a "desmilitarização e desnazificação da Ucrânia", bem como levar à Justiça todos os criminosos de guerra responsáveis por "crimes sangrentos contra os civis" de Donbass.
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