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Com aceno a Zelensky, Bolsonaro tenta se colocar como articulador internacional, diz especialista

© Foto / Alan Santos / Palácio do Planalto / CCBY 2.0Presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa sobre a PLP 18/2022, em 6 de junho de 2022
Presidente Jair Bolsonaro em coletiva de imprensa sobre a PLP 18/2022, em 6 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 18.07.2022
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Segundo especialista consultada pela Sputnik Brasil, conversa entre Jair Bolsonaro e Vladimir Zelensky serve tanto ao contexto econômico quanto ao eleitoral.
O presidente Jair Bolsonaro tem marcada para esta segunda-feira (18) uma conversa por telefone com o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky. O chefe de Estado brasileiro confirmou a conversa na última segunda-feira (11), em um pronunciamento ao lado da presidente da Hungria, Katalin Novak, após um encontro entre os dois líderes em Brasília.
A expectativa em torno do telefonema é grande. Na última quinta-feira (14), Bolsonaro afirmou em uma coletiva que "sabe a solução" para o conflito entre Ucrânia e Rússia e que "vai dar a sua opinião" a Zelensky durante a conversa.
Da esquerda para a direita, os líderes dos países do BRICS: o presidente russo, Vladimir Putin; o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi; o presidente chinês, Xi Jinping (estes acima); o presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa; e o presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, em videoconferência no dia 9 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 23.06.2022
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Para saber os possíveis desdobramentos da conversa e o que o Brasil teria a ganhar mediando essa crise, a Sputnik Brasil conversou com Denilde Oliveira Holzhacker, professora de relações internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM).
Denilde Holzhacker destaca que "o primeiro ponto a ser considerado é que Bolsonaro tem buscado se colocar como um interlocutor internacional relevante". "Como estamos em momento eleitoral, ele também busca acenar para a comunidade de ucranianos no Brasil."
Questionada sobre a possibilidade de o telefonema consolidar a posição do Brasil como mediador, Denilde destaca que "a falta de uma articulação internacional mais ampla do governo brasileiro limita a sua posição como um interlocutor isento e capaz de intermediar a negociação".
Ela lembra que embora a posição oficial do governo brasileiro tenha sido de neutralidade, em algumas ocasiões ela se torna ambígua, com o país se colocando "mais próximo à Rússia e, em outros momentos, atua[ndo] na ONU alinhado aos Estados Unidos".
Segundo Denilde, essa ambiguidade é motivada pelo contexto eleitoral, com Bolsonaro buscando se equiparar a Luiz Inácio Lula da Silva como um bom articulador internacional.
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"As ações do governo brasileiro na área de política externa têm sido motivadas mais pelo ambiente doméstico e também pelo atual contexto eleitoral. Especialmente considerando que o principal candidato nas pesquisas, Lula, tem um histórico de sua política externa com ênfase na liderança internacional e ativa participação brasileira nos temas globais", diz a especialista.
A professora também destaca que manter uma posição tanto neutra quanto aberta ao diálogo é importante, uma vez que o Brasil tem muito interesse no fim do conflito. Isso porque os dois países são importantes para o Brasil em termos econômicos, embora a Rússia tenha mais relevância nesse quesito.
"A relação entre Brasil e Ucrânia teve superávit no ano passado, mas a Rússia é o sexto país do qual o Brasil mais importa, sendo bastante relevante para nossa pauta de importação", explica.
Já do ponto de vista da Ucrânia, a conversa por telefone "será um momento para expor a posição do país e também buscar o apoio brasileiro de forma mais enfática nos organismos internacionais", acredita Holzhacker.
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