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Ocidente liderado pelos EUA é responsável pela crise no Sri Lanka, diz mídia chinesa

© AP Photo / Rafiq MaqboolMultidão invade palácio presidencial do chefe de Estado cingalês Gotabaya Rajapaksa no segundo dia de invasão à residência, Colombo, Sri Lanka, 11 de julho de 2022
Multidão invade palácio presidencial do chefe de Estado cingalês Gotabaya Rajapaksa no segundo dia de invasão à residência, Colombo, Sri Lanka, 11 de julho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2022
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Certos países do Ocidente estão mais interessados em se aproveitarem da crise no Sri Lanka para manipulações geopolíticas em vez de oferecer assistência real ao país, diz um artigo do Global Times. Tais países olham para o Sri Lanka de maneira "entusiasmada".
No sábado (9), dezenas de milhares de protestantes penetraram no palácio presidencial na capital do Sri Lanka, Colombo. O presidente cingalês, Gotabaya Rajapaksa, anunciou que renunciaria ao cargo em 13 de julho, depois de ser expulso da residência. O primeiro-ministro do país, Ranil Wickremesinghe, também anunciou que deixaria seu cargo assim que fosse formado um governo multipartidário. Nesse contexto, segundo o Global Times, ainda falta responder à pergunta principal: a que ponto a mudança de regime pode resolver a crise económico-social, de que o país do sul da Ásia tem sofrido durante mais de meio ano?
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Ao longo dos meses, o Sri Lanka tem enfrentado quase uma morte econômica: a crise pública, agravada no início pela pandemia da COVID-19 e depois pelas repercussões da crise ucraniana, resultou na escassez de alimentos, combustível, gás de cozinha, medicamentos, dinheiro e outras commodities essenciais. Anteriormente, o governo do Sri Lanka declarou sua falência, ao se tornar o primeiro país a entrar em default soberano no século XXI, ocorrendo isso pela primeira vez na história nacional.

"Apenas em poucos anos o Sri Lanka passou de um país com médios a altos rendimentos no sul da Ásia para onde se encontra hoje em dia, o que, sem dúvida, é o resultado de uma combinação de fatores internos e externos. Os dois fatores externos principais são a pandemia da COVID-19, que prejudicou de forma severa a indústria turística, a base da econômica cingalesa, e o segundo é o aumento dos preços da energia e alimentação provocado pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia. Quanto aos fatores internos, as políticas agrícola e econômica relativamente radicais, conduzidas no Sri Lanka ao longo dos últimos anos, dificultam a resiliência do país aos fatores externos", explica o artigo do Global Times.

Ao mesmo tempo, a edição salienta que certos países do Ocidente, tais como os Estados Unidos, estão mais interessados em se aproveitar da crise no Sri lanka para manipulações geopolíticas em vez de oferecer assistência real ao país.
"Eles [países ocidentais] olham para o Sri Lanka, atingido pela crise, não com ansiedade, mas com um entusiasmo perverso", diz o Global Times. "O Sri Lanka já está ferido e não pode suportar a pressão e o custo de se tornar em uma arena geopolítica."
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Ao mesmo tempo, o autor do artigo respondeu às acusações de a China ser a principal responsável pela crise de dívida cingalesa.
"Muitas pesquisas demonstraram repetidamente que a atual crise de dívida no Sri Lanka não está diretamente ligada aos investimentos na infraestrutura financiados pela China. A dívida externa do Sri Lanka em relação à China constitui apensas 10% da dívida externa pendente total do país", salienta o jornal.
Além disso, o Global Times supõe que são os países ocidentais que devem ser considerados culpados pela dívida externa cingalesa.

"Credores comerciais dos países ocidentais e entidades financeiras multilaterais são responsáveis pela dívida externa do Sri Lanka. Eles venderam a dívida aos chamados 'fundos oportunistas', que tiravam partido de cada centavo do Sri Lanka. É por isso que não há motivos para descreditar a China, acusando-a de provocar 'uma armadilha de dívida' e mesmo atacando a Iniciativa do Cinturão e Rota [ou Nova Rota da Seda – estratégia de desenvolvimento da infraestrutura dos países da Europa, Ásia e África, patrocinada pelo governo chinês]."

Pelo contrário, a edição sugere a ampliação da cooperação entre a China e o Sri Lanka no âmbito da realização da Iniciativa do Cinturão e Rota, argumentando que através de mais investimentos chineses o país será mais capaz de resistir aos riscos se tiver de enfrentar um ambiente econômico externo severo. Segundo o Global Times, até o fim de maio de 2022 a China concluiu mais de 200 acordos de cooperação como parte da Iniciativa com 150 países e 32 organizações internacionais, e o número dos apoiadores da Nova Rota da Seda está aumentando.
© Sputnik / Valery Melnikov  / Acessar o banco de imagensPresidente russo, Vladimir Putin, durante coletiva de imprensa após participar na segunda edição do fórum de cooperação internacional Iniciativa do Cinturão e Rota no centro de conferências internacional Yanqi Lake, em Pequim, China, 27 de abril de 2019
Presidente russo, Vladimir Putin, durante coletiva de imprensa após participar na segunda edição do fórum de cooperação internacional Iniciativa do Cinturão e Rota no centro de conferências internacional Yantsiku, em Pequim, China, 27 de abril de 2019 - Sputnik Brasil, 1920, 11.07.2022
Presidente russo, Vladimir Putin, durante coletiva de imprensa após participar na segunda edição do fórum de cooperação internacional Iniciativa do Cinturão e Rota no centro de conferências internacional Yanqi Lake, em Pequim, China, 27 de abril de 2019
"Ainda assim, só porque a Iniciativa do Cinturão e Rota foca na cooperação e construção conjunta, em vez da liderança dos EUA e do Ocidente, certas figuras nos EUA e Ocidente não poupam esforços para a enfraquecer ou difamar."
Enquanto a economia mundial está entrando em um período de crise, conclui o jornal, a crise da "falência externa" que o Sri Lanka tem enfrentado, de fato, foi provocado pelo déficit de desenvolvimento e governança global. A crise da segurança regional, acrescenta o Global Times, agravou a crise de desenvolvimento global, em uma tentativa de certos países do Ocidente não conseguirem conter suas ambições de concorrência entre grandes potências.
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