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De camisa polo a boné do MST: Alckmin lança táticas nos bastidores para se situar e atrair Centrão

© Folhapress / Andre RibeiroO pré-candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin, durante lançamento das diretrizes do programa de governo, em evento na zona sul de São Paulo (SP), 21 de junho de 2022
O pré-candidatos à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva e o vice Geraldo Alckmin, durante lançamento das diretrizes do programa de governo, em evento na zona sul de São Paulo (SP), 21 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 01.07.2022
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A concretização da aliança Lula-Alckmin teve o inegável efeito de trazer de volta o ex-tucano ao protagonismo político. Agora, para entrar na família da esquerda, o ex-governador coloca boné e aceita beijos de militantes do MST, grupo que até outro dia repudiava em seus discursos.
A aliança dentre o ex-governador, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente Lula, não foi uma grande surpresa, mas sem dúvidas colocou dois mundos políticos bastantes distintos à prova.
Alckmin, o homem que hoje veste o inconfundível boné vermelho do MST e desce do palanque para ser tietado por pequenos agricultores e produtores de leite, é o mesmo que uma década antes prometia tolerância zero com as invasões de terra promovidas pelo grupo que agora abraça, relembra a revista Veja.
Para entrar no "mundo" da esquerda, segundo a mídia, o ex-tucano agora lança estratégias para se "familiarizar" com o segmento, uma delas é deixar de trabalhar em um bairro nobre de São Paulo, o Morumbi, para ocupar um escritório nos Jardins, também na cidade paulista, onde recebe entre 20 e 30 pessoas por dia, de duas a três vezes na semana. Ali, procura construir pontes entre o PT e grupos historicamente refratários ao partido.
De acordo com a revista, essa lista de contatos inclui empresários, membros da ala mais conservadora da Igreja Católica, ex-aliados e até tucanos históricos.
O ex-governador também tem a incumbência de fazer o meio de campo com o ex-presidente Michel Temer (MDB), um dos principais alvos do PT desde o impeachment de Dilma Rousseff. A ação teria dois objetivos: sinalizar a Temer uma (até outro dia) impensável reaproximação com Lula e tentar isolar Bolsonaro.
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Os dois se reuniram no último dia 24, no escritório do ex-presidente, no Itaim em SP. Temer se aproximou de Bolsonaro, mas ainda não se manifestou sobre possíveis apoios em um segundo turno entre Lula e o presidente.
Nesse caso, vale a máxima que justifica o envio de Alckmin para afagar Temer: em política, se não é possível obter apoio formal, é melhor ainda não fazer inimigos. Em outros termos, obter a neutralidade do emedebista já seria considerada uma vitória, observa a mídia.
Além disso, Alckmin tem articulações para fazer em outras áreas, como o cargo de governador da cidade de São Paulo, ao apoiar Fernando Haddad (PT), e costurar acordos entre o PT e outros partidos e proporcionar palanques nos estados do Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul.
Sobre o relativo sucesso em sua estreia no palanque petista, a dúvida que fica é até que ponto Alckmin tem capacidade para trazer mais eleitores a Lula. Na eleição de 2018, obteve 4,76% da votação total e ficou em quarto lugar. No estado de São Paulo, dobrou a votação (9,52%), mas também não passou da quarta colocação.
"A polarização que sempre foi entre PT e PSDB mudou de curso em 2018, mas não podemos esquecer que o Alckmin governou São Paulo por 14 anos e tem grande prestígio no interior. Mas ele vai precisar furar a bolha para conquistar votos da classe média", afirmou o cientista político Marco Antonio Teixeira, da FGV-SP, citado pela mídia.
A concretização da aliança Lula-Alckmin teve o inegável efeito de trazer de volta o ex-tucano ao protagonismo político nacional. Enquanto Lula, até aqui, atrai para a sua coalizão os partidos de esquerda, com gente que não se verá no palanque com o ex-presidente, mas que será decisiva para uma vitória petista.
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