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Astrônomos flagram estrela morta destruindo seu sistema planetário

© Foto / NASA, ESA, Joseph Olmsted (STScI)Esta ilustração mostra uma estrela anã branca sugando detritos de objetos destruídos em um sistema planetário
Esta ilustração mostra uma estrela anã branca sugando detritos de objetos destruídos em um sistema planetário - Sputnik Brasil, 1920, 21.06.2022
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Uma anã branca a 86 anos-luz de distância está atualmente devorando os planetas ao seu redor.
Mais comum do que pode parecer, anãs brancas como a G238-44 são grandes devoradoras. Entretanto, é a primeira vez que astrônomos foram surpreendidos pelo registro de uma dessas estrelas engolindo material de ambos os alcances interno e externo de seu sistema planetário.
De acordo com a Science Alert, foram identificados na atmosfera de G238-44 vestígios de elementos que sugerem que a estrela morta acumulou recentemente material metálico e rochoso, como os asteroides internos do Sistema Solar, bem como material gelado de corpos congelados que podem ser encontrados em Cinturão de Kuiper do Sistema Solar exterior.
"Nunca vimos esses dois tipos de objetos se acumulando em uma anã branca ao mesmo tempo", disse o físico e astrônomo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA) Ted Johnson. "Ao estudar essas anãs brancas, esperamos obter uma melhor compreensão dos sistemas planetários que ainda estão intactos."
As anãs brancas são o que acontece quando uma estrela regular com até oito vezes a massa do Sol chega ao fim de sua vida. Uma vez que essa estrela fica sem material para se fundir, ela incha até o tamanho de gigante vermelha antes de ejetar seu material externo, e o núcleo estelar colapsa sob a gravidade formando um objeto denso, brilhando intensamente com a luz do calor residual.
© Foto / NASA, ESA, Joseph Olmsted/STScIDiagrama ilustrando o que os cientistas pensam que está acontecendo em torno da G238-44
Diagrama ilustrando o que os cientistas pensam que está acontecendo em torno da G238-44 - Sputnik Brasil, 1920, 21.06.2022
Diagrama ilustrando o que os cientistas pensam que está acontecendo em torno da G238-44
Como as anãs brancas são muito densas – como se fosse um corpo celeste com a mesma massa do nosso Sol compactado em uma esfera do tamanho do planeta Terra – os elementos pesados devem desaparecer rapidamente de sua atmosfera, o que significa que qualquer evidência desse tipo de material na atmosfera significa que ele deve ter sido depositado recentemente, ou seja, de fora para dentro.
A ciência sabe do que a Terra é feita, e podemos ter certeza de que entendemos a composição de outros planetas do Sistema Solar, até certo ponto, mas existe a impossibilidade de sondarmos exoplanetas orbitando estrelas distantes do mesmo modo que a Terra, ou até mesmo outros planetas do Sistema Solar.
No entanto, como outros sistemas planetários detectados até o momento parecem ser muito diferentes do Sistema Solar, sondar o interior de exoplanetas devorados por anãs brancas pode ajudar os cientistas a determinar se, por dentro, os exoplanetas também são diferentes.
A poluição na atmosfera desta anã branca é diferente de qualquer outra vista até hoje. Segundo a equipe de pesquisa, foram detectados dez elementos mais pesados que o hélio, como carbono, nitrogênio, oxigênio, magnésio, alumínio, silício, fósforo, enxofre, cálcio e ferro, tendo o ferro e nitrogênio sido encontrados em concentração bastante alta.
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"Metal de ferro e gelo de nitrogênio sugerem condições muito diferentes de formação planetária. Não há nenhum objeto conhecido do Sistema Solar com tanto de ambos", disse Johnson.
Os resultados também sugerem que os ingredientes para criar um mundo habitável podem não ser tão raros na Via Láctea. A Terra, por exemplo, é um mundo rochoso e foi semeado com elementos vitais para o desenvolvimento de vida, como água, a partir do bombardeio de asteroides.
"A abundância dos elementos que vemos nesta anã branca parece ter vindo tanto de um corpo-mãe rochoso quanto de um corpo-mãe rico em voláteis – o primeiro exemplo que encontramos entre estudos de centenas de anãs brancas", disse o físico e astrônomo da UCLA Benjamin Zuckerman.
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