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'Minha expectativa é cumprir a missão até o fim', diz combatente brasileiro da RPD

© Foto / Arquivo Pessoal / Rodolfo CordeiroO combatente brasileiro, Rodolfo Cunha Cordeiro, membro da milícia popular da República Popular de Donetsk (RPD)
O combatente brasileiro, Rodolfo Cunha Cordeiro, membro da milícia popular da República Popular de Donetsk (RPD) - Sputnik Brasil, 1920, 18.06.2022
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A Sputnik Brasil conversou com Rodolfo Cunha Cordeiro, um brasileiro que deixou tudo para trás para viajar à República Popular de Donetsk (RPD) e combater as forças ucranianas por "solidariedade" ao povo local.
Rodolfo Cunha Cordeiro tem 34 anos e saiu em 2014 de Presidente Prudente, no interior de São Paulo, para se juntar às forças da RPD contra os ataques ucranianos. O ex-agente de segurança vive há oito anos como um combatente em Donetsk e afirma que se juntou à luta por "solidariedade".
Cordeiro atua como comandante de pelotão ou de grupo de combate — a depender da missão — e esteve presente em diversas áreas críticas desde o início do atual conflito na Ucrânia.
"Já passei por quase todos os pontos quentes da guerra", afirma o brasileiro em entrevista à Sputnik Brasil, acrescentando que a principal mudança desde a chegada das tropas russas na região de Donetsk foi o apoio aéreo e de outros sistemas.
Desde a entrada da Rússia no conflito, o militar afirma que participou em missões perto do mar de Azov, assim como nas regiões de Kiev, Carcóvia e na República Popular de Lugansk (RPL). Cordeiro cita ações em Pervomaisk, Gorlovka, Spartak, Yasinovataya, Staromikhailovka, Shirokino e no aeroporto de Donetsk.
© Foto / Arquivo Pessoal / Rodolfo CordeiroO combatente brasileiro da República Popular de Donetsk (RPD) Rodolfo Cunha Cordeiro posa para foto uniformizado
O combatente brasileiro da República Popular de Donetsk (RPD) Rodolfo Cunha Cordeiro posa para foto uniformizado - Sputnik Brasil, 1920, 18.06.2022
O combatente brasileiro da República Popular de Donetsk (RPD) Rodolfo Cunha Cordeiro posa para foto uniformizado

'Adeptos do nazismo têm crescido' na Ucrânia

Cordeiro afirma que testemunhou a presença de grupos neonazistas na região e diversos ataques dessas organizações contra seus conhecidos ao longo dos anos em que mora em Donetsk. Questionado sobre a existência de neonazistas locais, ele garantiu que esses grupos estão lá e não são apenas militares.

"Sim, [há] bastante, não só militares, mas também muitas pessoas [civis]. O número de adeptos ao nazismo tem crescido cada vez mais entre os jovens", disse o combatente brasileiro.

Cordeiro afirmou que se deparou com o grupo neonazista Batalhão Azov em diversos momentos do conflito. "Notei a presença deles no sul de Donetsk, próximo de Shirokino e Sakhanka, nos arredores da região de Kiev e também próximo de Carcóvia", disse.
© Sputnik / Sergei BaturinResidentes saúdam tropas russas nos arredores de Donetsk que voltaram de Mariupol libertado, 21 de abril de 2022
Residentes saúdam tropas russas nos arredores de Donetsk que voltaram de Mariupol libertado, 21 de abril de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 18.06.2022
Residentes saúdam tropas russas nos arredores de Donetsk que voltaram de Mariupol libertado, 21 de abril de 2022
O brasileiro garante que é verdade que os grupos neonazistas usam civis como escudos humanos para evitar ataques e que essa é uma prática que precede o atual conflito. Essa tática foi denunciada diversas vezes pelos militares russos.

"Eles [neonazistas] gostam de fazer ataques de mísseis, artilharia e morteiros em meio às áreas habitadas por civis, pois eles sabem que não poderão ser atingidos", explica Cordeiro.

Em referência aos ataques de neonazistas contra civis, o brasileiro afirma que ao longo dos oito anos em que vive em Donetsk presenciou "muita coisa", incluindo contra parentes de conhecidos e moradores de Mariupol. Cordeiro reclama que a mídia ocidental não tem mostrado a realidade.

"A maioria das grandes mídias só vai mostrar o lado ucraniano — que é uma fábrica em massa de fake news", diz.

© Foto / Arquivo Pessoal / Rodolfo Cunha CordeiroO combatente brasileiro da República Popular de Donetsk (RPD) Rodolfo Cunha Cordeiro manuseia armamento em uma trincheira
O combatente brasileiro da República Popular de Donetsk (RPD) Rodolfo Cunha Cordeiro manuseia armamento em uma trincheira - Sputnik Brasil, 1920, 18.06.2022
O combatente brasileiro da República Popular de Donetsk (RPD) Rodolfo Cunha Cordeiro manuseia armamento em uma trincheira

'Estou quase pronto para voltar à guerra'

Recentemente o brasileiro ficou ferido durante combates. Cordeiro não especificou o local exato onde isso ocorreu, mas afirmou que foi atingido enquanto participava de ações na região entre Carcóvia e Lugansk. O combatente afirma que recebeu tratamento em um hospital de Moscou e que teve alta antecipada na sexta-feira (17).

"Já me feri diversas vezes. Esta é a sexta vez. Foram mais de dez perfurações. Os projéteis e estilhaços entraram e saíram. Apenas alguns pequenos fragmentos não saíram. Estou quase pronto para voltar para a guerra", afirma resoluto o brasileiro, que diz que não tem problemas em voltar para Donetsk mesmo com a recente intensificação de ataques à região.

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