Finlândia e Estônia planejam projeto de GNL de US$ 1,5 bilhão para aliviar falta de gás russo

Desde o corte do gás russo devido à recusa de pagar em rublos, o projeto de gás natural liquefeito no valor de cerca de US$ 1,5 bilhão (R$ 7,36 bilhões) foi qualificado como "absolutamente essencial e urgente" para a segurança das entregas de gás natural na região do Báltico.

A Finlândia e a Estônia estão planejando arrendar em conjunto um terminal de GNL de quase 300 metros de comprimento para assegurar as importações de gás, na sequência do recente corte da Rússia.

A Rússia parou de exportar GNL à Finlândia em maio, seguindo a recusa de Helsinque de pagar em rublos pelo combustível. Recentemente, a Estônia também anunciou que não pagaria em rublos, nem compraria o gás russo. O corte já comprometeu vários setores da indústria, inclusive as indústrias de panificação, silvicultura e petróleo que dependem do gás.

O The Exemplar é um enorme navio de 291 metros de comprimento e 43 metros de largura, com uma capacidade de armazenamento de gás de 151 mil metros cúbicos. Foi construído em 2010 e navega sob a bandeira belga. O novo projeto prevê que o navio seja alugado à Excelerate Energy, com sede nos EUA, por um período de dez anos. O terminal estará disponível já no inverno (no Hemisfério Norte), atracando no porto de Inkoo, de acordo com as empresas de energia Gasgrid Finland e Fortum. As empresas estimaram que os custos totais do projeto de terminal de GNL seriam de aproximadamente 460 milhões de euros (R$ 2,4 bilhões) pelo arrendamento de dez anos, sem incluir os custos relacionados com a utilização.

"O projeto do navio é absolutamente essencial para a segurança do fornecimento de gás natural na região do Báltico - e, portanto, extremamente urgente. Ainda bem que a decisão sobre a localização do terminal foi tomada em um prazo tão rápido. Como a necessidade do terminal cobre toda a região do mar Báltico, o Inkoo oferece uma excelente localização para o navio", disse o diretor-executivo da Gasgrid, Olli Sipila, em um comunicado.

O ministro finlandês da Economia, Mika Lintila, apoiou o novo acordo, agradecendo às duas empresas por "tomarem medidas rápidas":

"É importante para a nossa economia que o terminal flutuante de GNL garanta o fornecimento de gás à nossa indústria. O próximo passo é manter o cronograma e preparar o porto", disse Lintila.

A empresa russa Gazprom já suspendeu o fornecimento de gás a vários países europeus, incluindo a Bulgária, Polónia e Finlândia, depois de estes terem rejeitado o novo regime de pagamento. Até recentemente, o gás representava cerca de 8% da energia consumida na Finlândia.