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Reino Unido diz poder 'proteger' cargueiros ucranianos da 'ameaça russa' no mar Negro, segundo mídia

CC BY-SA 4.0 / Lee Hemmings / Navio HMS Echo da Marinha Real Britânica
Navio HMS Echo da Marinha Real Britânica  - Sputnik Brasil, 1920, 24.05.2022
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Na segunda-feira (23), o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, enfatizou que a ameaça da fome global emana das sanções antirrussas lançadas pelo Ocidente e não pela Rússia como tal.
Com a operação militar especial da Rússia em andamento na Ucrânia, o Reino Unido está considerando enviar navios de guerra da Marinha Real para fornecer passagem segura para exportações vitais de grãos do porto ucraniano de Odessa a fim de evitar a fome global, informou o Daily Mail.
O jornal citou o ministro das Relações Exteriores da Lituânia, Gabrielius Landsbergis, dizendo que havia falado com a secretária de Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, sobre a criação de um "corredor de proteção" a partir de Odessa.
Landsbergis acrescentou que alguns outros aliados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e países que dependem dos grãos ucranianos, como o Egito, estariam dispostos a fornecer apoio militar para a criação deste corredor.
De acordo com The Times, o plano estipula que os navios de guerra do Reino Unido ajudariam a limpar a área ao redor de Odessa de minas e, em seguida, forneceriam proteção para navios de carga ucranianos carregados com grãos para fazer a travessia do mar Negro.
Colheita de trigo (imagem referencial) - Sputnik Brasil, 1920, 21.05.2022
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The Times informou que mísseis de longo alcance também poderiam ser implantados para impedir quaisquer possíveis tentativas russas de sabotar o corredor. A Dinamarca teria prometido um lote de seus mísseis antinavio Harpoon e um lançador a Kiev para ajudar a Ucrânia a defender seus navios de carga que exportam grãos.
A Reuters citou uma autoridade ocidental não identificada dizendo que qualquer corredor projetado para garantir passagem segura para exportações de alimentos de Odessa só poderia ocorrer com o consentimento da Rússia.
"Claramente os russos estão dominando essa área. Exigiria a permissão dos russos, algum tipo de acordo para permitir que isso acontecesse. Seria necessário algum tipo de garantia de segurança, acho que da Turquia, para torná-lo realidade. Acho que o que teríamos que descartar é qualquer ideia de que isso possa ser feito sem a permissão da Rússia", apontou a fonte.
As declarações ocorrem depois que o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, destacou na segunda-feira (23) que a Rússia não é a fonte da ameaça da fome global, já que o Ocidente acusa Moscou de bloquear os portos ucranianos e interromper o fornecimento de grãos, o que, supostamente, ameaçaria com a escassez de alimentos e a agitação política nos países da África, Oriente Médio e Ásia.
Colheita de trigo na região de Omsk, Rússia - Sputnik Brasil, 1920, 18.05.2022
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"[...] Quanto ao método de transporte marítimo [de grãos], dizemos que não somos nós a fonte desse problema que leva à ameaça de fome mundial. As fontes desse problema são os que impuseram sanções contra nós e as próprias sanções que estão em vigor", disse Peskov a repórteres.
Ele afirmou que a Rússia "concorda absolutamente" com a posição da ONU de que as condições para uma crise alimentar global estão surgindo atualmente, acrescentando que o tema foi discutido durante uma recente reunião entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o secretário-geral da ONU, António Guterres.
"[...] Quanto aos grãos, o presidente disse que as sanções antirrussas levaram [os suprimentos] ao colapso que agora está ocorrendo", acrescentou o porta-voz do Kremlin.
De acordo com Peskov, a Rússia e a Ucrânia sempre foram exportadores confiáveis de grãos, mas "as ações da Ucrânia para minar as águas do mar de Azov e do mar Negro levaram ao fato de que o transporte mercante é praticamente impossível [lá], porque é perigoso".
Kremlin (no plano de frente) e Ministério das Relações Exteriores russo (à direita, no plano traseiro) em Moscou, Rússia, foto publicada em 7 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 23.05.2022
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"E para que a navegação seja retomada são necessárias medidas especiais. Era disso que o presidente estava falando", observou Peskov.
Ele falou depois que o primeiro vice-enviado da Rússia na ONU, Dmitry Polyansky, disse na semana passada que "um novo limite de hipocrisia foi alcançado", em resposta às alegações do ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, de que Moscou está bloqueando os portos ucranianos para impedir as exportações de alimentos de Kiev.

"Você sabe melhor do que ninguém que a Rússia não bloqueia a exportação de alimentos dos portos ucranianos. Vocês mantêm [os portos] minados e usam navios estrangeiros como 'escudos humanos'", insistiu Polyansky. Ele acrescentou que as exportações terrestres de alimentos da Ucrânia "não vão para a África, mas pagam as contas das [entregas de] armas" fornecidas pelos EUA e vários países da União Europeia (UE).

As declarações foram precedidas pelas palavras do enviado da Rússia à ONU, Vasily Nebenzya, que afirmou que o grão ucraniano "está sendo bombeado para os celeiros dos países europeus como pagamento por armas recebidas por Kiev do Ocidente", terceirizando a culpa à Rússia pela crise alimentar global.
No mês passado, o vice-ministro das Relações Exteriores, Andrei Rudenko, enfatizou que os EUA e a UE, levantando suas sanções antirrussas, poderiam resolver o problema da iminente crise alimentar mundial e que as sanções dificultam o livre comércio.
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