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Desertores da Marinha dos EUA mais que dobraram entre 2019 e 2021, escreve mídia

© AFP 2023 / Marinheiro especialista em comunicação de massa Christopher Stachyra / Marinha dos EUAMarinheiro americano participa de exercícios navais no mar Vermelho, 29 de março de 2022
Marinheiro americano participa de exercícios navais no mar Vermelho, 29 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 22.05.2022
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A emissora NBC News citou estatísticas oficiais indicando que o número de militares que deserta da Marinha dos EUA está aumentando, levando a preocupações de especialistas.
O número de marinheiros que desertou da Marinha dos EUA em 2021 foi mais que o dobro do registrado em 2019, informou na quinta-feira (19) a emissora NBC News, citando as últimas estatísticas federais.
Os dados das últimas estatísticas oficiais indicam que entre os mais de 342.000 marinheiros ativos na Marinha, houve 157 desertores em 2021, contra 63 em 2019 e 98 em 2020. O número total de desertores que ainda estavam em liberdade em 2021 cresceu de 119 em 2019 para 166, de acordo com a mídia.
Devin Arneson, porta-voz da Marinha, disse à NBC News que, durante a guerra, as punições mais severas por deserção incluem até prisão perpétua e a pena de morte, enquanto em tempos de paz um desertor pode enfrentar penas menores, até cinco anos atrás das grades.
Segundo especialistas militares citados, os números das deserções mostram "a falta de opções dos marinheiros quando estão desesperados para deixar as Forças Armadas, mas estão vinculados a contratos plurianuais que muitos deles assinaram logo após o ensino médio", enquanto Lenore Yarger, conselheira de recursos da GI Rights Hotline, um grupo não-governamental especializado em saídas militares, argumentou que "eles se sentem presos" em serviço, o que pode levar à deserção.
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Stephen Karns, um advogado de direito militar baseado em Dallas, Texas, apontou que a deserção "não é qualquer tipo de ofensa, [...] é como se você desistisse de seu país", e que dos quase 1.000 casos de deserção que ele tratou, a saúde mental tem sido um fator em quase todos eles.
Essa opinião é detida também por Stephen Karns, outro advogado de direito militar. Enquanto falou à rádio NPR, citado no sábado (21), ele disse que para "alguém que simplesmente não gosta do ambiente [naval], é quase impossível sair".
"Alguém que sofre com uma crise aguda de saúde mental [...] não deveria normalmente resultar em uma dispensa de saúde mental. O que deveria acontecer é receberem os cuidados e o tratamento que precisam para estar prontos para reabilitar sua saúde mental e depois voltar a integrar a frota. Infelizmente, nem sempre é isso que vemos", lamentou ele, referindo que o problema é particularmente agudo nos níveis inferiores.
Julien Napoli, veterano da Marinha dos EUA, afirmou em um artigo de sexta-feira (20) para o jornal Task & Purpose que o ramo militar tem estado "atolado em uma crise de liderança" durante anos, levando os marinheiros a trabalhar demais e sentir que não podem buscar ajuda se necessário.
Ele citou Mike Thornton, membro das forças especiais da Marinha dos EUA (SEAL, na sigla em inglês), que recebeu a Medalha de Honra, dizendo "cuide de seu povo e seu povo cuidará de você".
"Este princípio simples mas poderoso, se realmente seguido pela liderança naval, aumentaria drasticamente a eficácia do combate. Para desânimo dos marinheiros, a consciência sobre a saúde mental é uma prioridade muito baixa na Marinha de hoje", opinou Napoli.
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