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Em busca de vida extraterrestre, pesquisadores estudam ponto de congelamento preciso da água

© Foto / NASA Jet Propulsion LaboratoryTirada pela espaçonave Galileo, em 1996, imagem mostra duas versões de Europa, satélite gelado de Júpiter. À esquerda, sua cor natural aproximada, enquanto imagem à direita acentua os recursos da lua
Tirada pela espaçonave Galileo, em 1996, imagem mostra duas versões de Europa, satélite gelado de Júpiter. À esquerda, sua cor natural aproximada, enquanto imagem à direita acentua os recursos da lua - Sputnik Brasil, 1920, 04.05.2022
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Com foco na busca por vida extraterrestre, pesquisadores da Universidade de Washington (UW) e da Universidade da Califórnia (UC), em Berkeley, realizaram experimentos que mediram os limites físicos para a existência de água líquida em mundos extraterrestres gelados.
Divulgados recentemente pela PhysOrg, os resultados da nova devem orientar as próximas sondas que buscam por vida fora da Terra.
"Quanto mais um líquido é estável, mais promissor é para a habitabilidade", disse o coautor do estudo e professor assistente interino de ciências da Terra e do Espaço na UW, Baptiste Journaux.
"Nossos resultados mostram que os líquidos frios, salgados e de alta pressão encontrados no oceano profundo de luas de outros planetas podem permanecer líquidos a temperaturas muito mais frias do que em pressões mais baixas. Isso estende a gama de habitats possíveis em luas geladas e nos permitirá identificar onde devemos procurar bioassinaturas, ou sinais de vida", explicou.
Principais candidatas dentro do Sistema Solar, as luas geladas de Júpiter e Saturno (Europa, Ganimedes e Titã respectivamente) poderiam hospedar vida extraterrestre por abrigarem enormes oceanos líquidos, até várias dezenas de vezes o volume dos oceanos na Terra.
© Foto / NASA/JPL-Caltech, with modifications by Baptiste JournauxAs camadas cinza e azul do painel esquerdo mostram o oceano profundo e coberto de gelo em Europa, uma das luas de Júpiter que pode abrigar vida extraterrestre. Acredita-se que este oceano seja muito mais profundo do que os oceanos da Terra
As camadas cinza e azul do painel esquerdo mostram o oceano profundo e coberto de gelo em Europa, uma das luas de Júpiter que pode abrigar vida extraterrestre. Acredita-se que este oceano seja muito mais profundo do que os oceanos da Terra - Sputnik Brasil, 1920, 04.05.2022
As camadas cinza e azul do painel esquerdo mostram o oceano profundo e coberto de gelo em Europa, uma das luas de Júpiter que pode abrigar vida extraterrestre. Acredita-se que este oceano seja muito mais profundo do que os oceanos da Terra
"Apesar de sua designação como 'bola de gude azul', a Terra é notavelmente seca quando comparada a esses mundos", disse Journaux.
Os oceanos nessas luas podem conter vários tipos de sais e devem variar de cerca de 160 quilômetros de profundidade, em Europa, a mais de 640 quilômetros de profundidade, em Titã.

"Sabemos que a água sustenta a vida, mas a maior parte dos oceanos nessas luas provavelmente está abaixo de zero graus Celsius e a pressões mais altas do que qualquer coisa que exista na Terra", disse Journaux. "Precisávamos saber o quão frio um oceano pode ficar antes de congelar completamente, inclusive em seu abismo mais profundo", completou.

O estudo se concentrou em eutéticos, ou compostos com a temperatura mais baixa em que uma solução salgada pode permanecer líquida antes de congelar completamente. Usando equipamentos da UC Berkeley originalmente projetados para criopreservação de órgãos e armazenamento de alimentos, os pesquisadores puderam simular as condições estimadas existentes nas luas de outros planetas.
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De acordo com a AFP, Journaux, cientista planetário e especialista em física da água e minerais, trabalhou com engenheiros da UC Berkeley para testar soluções de cinco sais diferentes em pressões de até 3.000 vezes a pressão atmosférica, ou 300 megapascais – cerca de três vezes a pressão na fossa oceânica mais profunda da Terra.
Journaux começou recentemente a trabalhar com a equipe da missão Dragonfly da NASA, que vai enviar em 2027 um helicóptero para a maior lua de Saturno, Titã. A NASA também está liderando a missão Europa Clipper em 2024 para explorar Europa, uma das muitas luas que orbitam Júpiter. Enquanto isso, a Agência Espacial Europeia enviará em 2023 sua espaçonave JUICE, ou Jupiter Icy Moons Explorer, para explorar três das maiores luas de Júpiter: Ganimedes, Calisto e Europa.
"Os novos dados obtidos a partir deste estudo podem ajudar os pesquisadores a entender melhor os complexos processos geológicos observados nesses mundos oceânicos gelados", disse Journaux.
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