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Lavrov: Kiev quer retirar militantes de Azovstal devido à presença de mercenários

© Sputnik / Pavel BednyakovChanceler russo, Sergei Lavrov fala durante coletiva de imprensa ao lado do ministro das Relações Exteriores da Eritreia, Osman Saleh, em Moscou, Rússia, 27 de abril de 2022
Chanceler russo, Sergei Lavrov fala durante coletiva de imprensa ao lado do ministro das Relações Exteriores da Eritreia, Osman Saleh, em Moscou, Rússia, 27 de abril de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 01.05.2022
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Em entrevista à televisão italiana, neste domingo (1º), o chanceler russo Sergei Lavrov afirmou que Kiev quer retirar militantes de Azovstal devido ao risco de que eles podem confirmar a presença de mercenários e de oficiais de exércitos ocidentais no local.
Segundo declarou Lavrov durante a entrevista à emissora italiana Mediaset, essas seriam as motivações do que classificou como desejo "histérico" de Kiev para retirar seus militantes da planta de Azovstal e levá-los a um território controlado pela Ucrânia.
"A situação com a confrontação na planta de Azovstal em Mariupol e o persistente e quase histérico desejo de [Vladimir] Zelensky, seu gabinete e seus patrocinadores ocidentais de alcançar a retirada dessas pessoas [...] se deve ao fato de que há muitas delas que confirmarão a presença de mercenários e talvez oficiais de exércitos ocidentais ao lado de ucranianos radicais", disse Lavrov.
O chanceler russo também afirmou que a Rússia teve US$ 300 bilhões (cerca de R$ 1,5 trilhão) roubados pelo Ocidente como forma de punição. Os valores seriam em grande parte pagamentos realizados por compradores de gás e petróleo.
"Eles queriam punir a Rússia, então eles roubaram isso", disse Lavrov, acrescentando que a exigência de que os pagamentos à Gazprom sejam feitos em rublos é uma forma impedir novos "roubos".
Quando perguntado se a Rússia interromperia o fornecimento de gás, o chefe da diplomacia russa afirmou que mesmo que o Ocidente continue tomando dinheiro da Rússia a situação permanecerá a mesma.

Zelensky, armas hipersônicas e guerra nuclear

Lavrov também fez comentários sobre o atual estado da operação russa na Ucrânia e afirmou que o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, tem poder para levar paz ao seu país caso interrompa suas "ordens criminosas".
"Zelensky também pode garantir a paz se ele parar de dar ordens criminosas aos seus batalhões neonazistas, forçá-los a libertar os civis e interromper a resistência", disse.
© AP Photo / Serviço de Imprensa da Presidência da UcrâniaSecretários de Defesa e de Estado dos EUA, respectivamente Lloyd Austin (à esquerda) e Antony Blinken (à direita), com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, durante visita a Kiev, em 24 de abril de 2022
Secretários de Defesa e de Estado dos EUA, respectivamente Lloyd Austin (à esquerda) e Antony Blinken (à direita), com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, durante visita a Kiev, em 24 de abril de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 01.05.2022
Secretários de Defesa e de Estado dos EUA, respectivamente Lloyd Austin (à esquerda) e Antony Blinken (à direita), com o presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, durante visita a Kiev, em 24 de abril de 2022
Lavrov também teceu comentários sobre armas hipersônicas. Segundo ele, Moscou foi obrigada a desenvolver esses sistemas por saber que mísseis dos Estados Unidos seriam apontados contra a Rússia.
"Nós fomos forçados a desenvolver armas hispersônicas porque sabíamos muito bem que o sistema de defesa de mísseis dos EUA não seria direcionado contra a Coreia do Norte ou o Irã, mas contra a Rússia e subsequentemente a China", afirmou.
© Sputnik / Serviço de imprensa do Ministério da Defesa da RússiaTeste do míssil de cruzeiro hipersônico Tsirkon
Teste do míssil de cruzeiro hipersônico Tsirkon - Sputnik Brasil, 1920, 01.05.2022
Teste do míssil de cruzeiro hipersônico Tsirkon
Segundo Lavrov, a Rússia precisava de armas capazes de superar os sistemas de mísseis norte-americanos.
"De outra forma, o país detentor da defesa antimíssil e armas ofensivas pode sentir-se tentado a atacar primeiro na esperança de que um ataque de retaliação seria suprimido por seu sistema de defesa", afirmou.
O chanceler russo também comentou que a Rússia nunca parou seus esforços para alcançar acordos que garantam que uma guerra nuclear não seja iniciada.

Rússia não mudará agenda militar na Ucrânia

Durante a entrevista à emissora italiana, Lavrov sanou dúvidas sobre suposta mudança de planos da operação militar russa no contexto do Dia da Vitória, celebrado na Rússia em 9 de maio. Segundo o chanceler russo, o Kremlin não mudará o curso de suas ações na Ucrânia em razão de nenhuma data.
"O ritmo da operação na Ucrânia depende, acima de tudo, da necessidade de minimizar riscos à população civil e aos militares russos", disse, acrescentando que as tropas da Rússia "não ajustarão suas ações de forma artificial a nenhuma data, incluindo o Dia da Vitória".
© AP Photo / Pavel GolovkinBombardeiros estratégicos russos Tu-95 sobrevoam bandeira russa no complexo do Kremlin durante ensaio para o desfile militar do Dia da Vitória, em Moscou, em 4 de maio de 2018
Bombardeiros estratégicos russos Tu-95 sobrevoam bandeira russa no complexo do Kremlin durante ensaio para o desfile militar do Dia da Vitória, em Moscou, em 4 de maio de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 01.05.2022
Bombardeiros estratégicos russos Tu-95 sobrevoam bandeira russa no complexo do Kremlin durante ensaio para o desfile militar do Dia da Vitória, em Moscou, em 4 de maio de 2018
Lavorv especificou que a Rússia está focada em seus objetivos centrais na Ucrânia, que têm sido anunciados pelo presidente russo Vladimir Putin: a proteção e segurança da população civil, a desnazificação e a ausência de armas ofensivas no território da Ucrânia.

Rússia não busca mudança de regime na Ucrânia: 'Isso é especialidade dos EUA'

Perguntado se a Rússia quer a rendição de Zelensky, Lavrov afirmou que Moscou "não está demandando que ele se renda", mas que ele "dê ordens para a libertação de todos os civis e interrompa a resistência".
O chanceler russo enfatizou que a Rússia quer garantir a segurança de todas as pessoas no leste ucraniano de forma que elas não sejam ameaçadas pela militarização ou pela nazificação do país "e que não haja ameaças à segurança da Federação da Rússia vindas do território da Ucrânia".
"Nosso objetivo não é mudança de regime na Ucrânia. Essa é uma especialidade dos norte-americanos. Eles fazem isso no mundo inteiro", disse o chefe da diplomacia russa.
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