Dinamarca enviará prisioneiros para prisões arrendadas no Kosovo, inspirando países vizinhos

Para liberar suas próprias instalações penitenciárias e reduzir os custos, a Dinamarca alugará prisões no Kosovo e enviará para lá os prisioneiros condenados à deportação.

O ministro da Justiça do país, Nick Haekkerup, fechou um acordo, descrito por ele como "revolucionário", com sua homóloga kosovar, Albulena Haxhiu, segundo o qual o país escandinavo vai alugar 300 lugares na prisão na cidade de Gjilan, no sudeste do Kosovo.

"Eu acho que é excelente que possamos tê-los fora o mais rápido possível", disse ele.

De acordo com o ministro dinamarquês, as preparações devem ser efetuadas na primeira metade de 2023. O plano é modernizar a prisão em conformidade com as normas dinamarquesas, às quais os prisioneiros têm direito.

O cenário kosovar suscitou grande interesse entre os vizinhos da Dinamarca. O partido liberal-conservador Moderado da Suécia, atualmente o maior da oposição, quer seguir o exemplo.

"Queremos investigar as condições para a Suécia seguir o exemplo da Dinamarca", disse à SVT o representante do partido, Johan Forssell, citando a escassez de lugares dentro do Serviço Prisional e de Liberdade Condicional do país, a escalada de despesas e problemas com a deportação de criminosos condenados.

Forssell argumentou que a questão deveria ser devidamente investigada, mas não vê quaisquer obstáculos importantes ao fechamento de um acordo semelhante ao da Dinamarca: "Se pode ser implementado na Dinamarca, por que não funcionaria conosco na Suécia?"

Na nação escandinava da Noruega, o Partido do Progresso nacional-conservador elogiou a Dinamarca como um "país pioneiro" quando se trata de reforçar a política de imigração e integração. O porta-voz do partido, Erlend Wiborg, afirmou que o recente acordo é único na medida em que o Kosovo não faz parte da União Europeia.

Ele também não está preocupado que os acordos prisionais com outros países possam "violar os direitos humanos".

"Não há direito humano de cumprir pena em prisões modernas norueguesas, onde o grau de bem-estar e conforto é relativamente alto. A Dinamarca tem excelentes juristas que concluíram que isso está dentro da lei. Além disso, provavelmente os custos prisionais serão consideravelmente reduzidos se também os pudermos externalizar para países de baixo custo. É uma situação em que todos ganham, exceto os criminosos", concluiu Wiborg.