ONU estima que 40% das terras do mundo estão degradadas e aponta 'culpados'

Danos crescentes, causados ​​principalmente pela produção de alimentos, colocam em risco a capacidade de alimentar a crescente população do planeta.

Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) publicados nesta quarta-feira (27) revelam que a degradação da terra pode ser maior do que se imaginava.

Um estudo da organização aponta que 40% do espaço terrestre do planeta está destruído, enquanto metade da população mundial sofre com os impactos da devastação.

A publicação enfatiza que a capacidade do mundo de alimentar uma população crescente está sendo posta em risco pelos danos crescentes, a maioria dos quais causada pela produção de alimentos.

Terras esgotadas em recursos naturais, com baixa fertilidade do solo, água contaminada e biodiversidade destruída são encontradas em todo o planeta.

Muitas pessoas pensam em terras degradadas como desertos áridos, florestas tropicais mutiladas por madeireiros ou áreas cobertas pela expansão urbana, mas elas também incluem áreas aparentemente verdes que são intensamente cultivadas ou desprovidas de vegetação natural.

Segundo informações do relatório Global Land Outlook 2, a degradação é mais visível nos países em desenvolvimento. A causa raiz do consumo excessivo, porém, está no chamado "mundo rico", que come mais carne, por exemplo.

"A agricultura moderna alterou a face do planeta mais do que qualquer outra atividade humana. Precisamos repensar urgentemente nossos sistemas alimentares globais, que são responsáveis ​​por 80% do desmatamento, 70% do uso de água doce, e são a maior causa da perda de biodiversidade terrestre", diz um dos autores da publicação.

Sem ação urgente, a publicação estima que a degradação se espalhará ainda mais. Até 2050, uma área do tamanho da América do Sul será adicionada ao pedágio se as taxas atuais de danos continuarem.

Cerca de metade da produção econômica anual do mundo está sendo colocada em risco pela degradação da terra, segundo o relatório.

O Global Land Outlook 2 foi feito após cinco anos de pesquisa para compilar relatórios de 21 organizações parceiras. Ele representa o banco de dados mais abrangente sobre a terra do planeta até agora.