Presidente argentino sinaliza aproximação diplomática com Venezuela e faz apelo aos vizinhos latinos

A declaração de Alberto Fernández foi feita nesta segunda-feira (18) diretamente da Casa Rosada, a sede do governo argentino, em conjunto com o líder equatoriano, Guillermo Lasso.

O presidente da Argentina e chefe interino da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), Alberto Fernández, convocou os países da região a repensarem suas relações diplomáticas com a Venezuela. O pronunciamento foi feito diretamente da Casa Rosada, em Buenos Aires, em conjunto com o presidente do Equador, Guilherme Lasso, e transmitido ao vivo pelas redes sociais.

"Também achamos que chegou a hora de falar sobre a Venezuela, que é um tema recorrente, e como primeiro passo, a Argentina quer retomar plenamente seus laços diplomáticos com a Venezuela", disse Fernández.

O líder argentino salientou a fase difícil vivida por Caracas, mas também destacou a superação de "muitos" dos seus problemas e o avanço político com relação aos processos eleitorais.

"A Venezuela passou por um momento difícil, a alta comissária para os Direitos Humanos [da ONU], Michelle Bachelet, agiu sobre o assunto, interveio, ajudou, trabalhou com o governo venezuelano, muitos desses problemas foram se dissipando com o tempo", comentou o líder argentino.

Alberto Fernandéz, que acabou de completar 100 dias à frente da CELAC, reforçou que este é o "momento de ajudar" os venezuelanos. O presidente da Argentina disse que a Venezuela só conseguirá se recuperar com a ajuda e atenção de seus vizinhos.

"Temos que fazer com que a Venezuela volte a funcionar normalmente, para que mesmo os venezuelanos que emigraram da Venezuela possam desfrutar novamente de sua pátria, nada é mais desagradável do que ser forçado a deixar sua terra tentando encontrar um futuro em outras terras", afirmou Fernández.

Já o presidente do Equador se pronunciou de maneira mais tímida durante a coletiva de imprensa conjunta, dizendo que "este é um tema que vamos analisar e considerar, mas não estamos prontos para tomar uma decisão agora". No entanto, Lasso aplaudiu a decisão do seu homólogo argentino, dizendo que "vê com bons olhos o apelo do presidente Fernández".