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União Europeia pretende substituir gás russo por alternativa americana mais cara

© REUTERS / HENRY NICHOLLSPresidente dos EUA, Joe Biden, fala com o premiê japonês, Fumio Kishida, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, durante cúpula da OTAN em Bruxelas, 24 de março de 2022
Presidente dos EUA, Joe Biden, fala com o premiê japonês, Fumio Kishida, o chanceler alemão, Olaf Scholz, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o secretário-geral da OTAN, Jens Stoltenberg, durante cúpula da OTAN em Bruxelas, 24 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 26.03.2022
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Nesta sexta-feira (25), a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse aos jornalistas que a UE vai comprar gás de forma centralizada e dividi-lo entre os países-membros, uma inovação para o bloco dos 27.
O passo ocorreu ante a decisão dos líderes europeus de acabar com importações russas, enquanto os EUA esperam fornecer seu gás GNL, que é mais caro, ao continente europeu.

Durante coletiva de imprensa após a cúpula de dois dias em Bruxelas, capital belga, Von der Leyen declarou: "Nós temos um enorme poder de demanda. Portanto, saúdo o fato de utilizarmos agora o nosso poder de negociação coletiva. Em vez de nos excedermos uns aos outros, elevando os preços, vamos reunir nossa demanda".

Enquanto isso, o ministro alemão das Finanças, Christian Lindner, aconselhou os fornecedores de energia de seu país a não pagarem pelo gás russo em rublos, como Moscou exigiu aos países considerados hostis.
"Vladimir Putin está tentando melhorar sua situação econômica nesta área. Se o pagamento é feito em rublos, completamente em rublos, então ele fortalece sua moeda", assegurou Lindner em entrevista a Die Welt nesta sexta-feira (25), e aconselhou os fornecedores de energia a não aceitarem as condições do Kremlin e a cumprirem os contratos tal como foram celebrados, em euro ou em dólar.
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Por sua parte, o presidente francês, Emmanuel Macron, afirma que as exigências da Rússia contradizem os contratos que foram assinados:
"As empresas europeias que compram gás e que operam no território europeu têm que fazê-lo em euros. Portanto, hoje não é possível fazer o que se pede, não está de acordo com o contrato".
Se a União Europeia se recusar a pagar em rublos, como é provável que aconteça, seus membros terão que comprar gás a outros fornecedores. Washington muito provavelmente se apresentará para preencher esse vazio.
Em coletiva conjunta com o presidente norte-americano, Joe Biden, na sexta-feira, von der Leyen revelou que os EUA vão aumentar suas entregas de gás natural liquefeito (GNL) para "pelo menos 50 milhões de metros cúbicos" anualmente, o que, segundo ela, poderia substituir um terço do gás atualmente fornecido pela Rússia.
"Nós, como europeus, queremos diversificar as entregas longe da Rússia, de fornecedores em quem confiamos, que são nossos amigos, que são confiáveis", ressaltou.
Porém, o GNL americano é mais caro do que a alternativa russa e sua entrega à Europa implica a condensação para ser carregado em navios-tanque especiais e sua transformação de volta em gás à chegada à instalação no porto. Atualmente, há na Europa duas dezenas de terminais de importação de GNL, mas nenhum na Alemanha, que é um importante local de distribuição de gás. Neste momento, os trabalhos ainda não começaram no principal terminal de GNL da Alemanha, que deve começar a receber gás em 2024.
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Estas questões dos preços e logística levaram Berlim a ignorar as ofertas americanas de envios de gás liquefeito na época da administração Trump, e avançar com a construção do gasoduto Nord Stream 2 (Corrente do Norte 2) da Rússia. No entanto, a certificação do Nord Stream 2 foi interrompida na sequência do conflito na Ucrânia.
"Sei que eliminar o gás russo terá custos para a Europa", disse Biden. No entanto, acrescentou, "os elevados preços da energia são algo que a Europa deveria tolerar para se opor a Putin".
"Não é apenas a coisa certa a fazer do ponto de vista moral," afirmou o líder americano. "Vai nos colocar em uma posição estratégica muito mais forte."
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