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Analista: Japão quer 'arrancar um pedaço de carne' da Rússia, é lógico que Moscou recuse o diálogo

© AP Photo / David MareuilEm Tóquio, no Japão, o primeiro-ministro, Fumio Kishida, participa de uma coletiva de imprensa, em 17 de fevereiro de 2022
Em Tóquio, no Japão, o primeiro-ministro, Fumio Kishida, participa de uma coletiva de imprensa, em 17 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 22.03.2022
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A saída de Moscou do diálogo sobre o tratado de paz com o Japão é em essência uma medida de retaliação, Tóquio mudou drasticamente sua política e espera que as sanções duras do Ocidente provoquem divisão na Rússia, opina um especialista no assunto.
Na segunda-feira (21), o Ministério das Relações Exteriores russo informou que Moscou, em resposta aos passos hostis de Tóquio, se recusa a continuar a negociar o tratado de paz com o Japão. O tratado estabelece a isenção de vistos para cidadãos japoneses que viajem para as Ilhas Curilas do Sul, bem como atividade econômica conjunta nestas ilhas. O premiê do país, Fumio Kishida, qualificou o passo como "absolutamente injustificado e inadmissível".
O diretor do Instituto de Política Internacional da Universidade de Jilin comentou à Sputnik: "A política atual do Japão em relação à Rússia mudou de maneira radical em comparação à anterior, onde havia aspiração a uma cooperação ativa para resolver as questões territoriais. Eles esperam que, ao se sincronizarem com o Ocidente, e até ao se colocarem na vanguarda em sanções, possam atingir o propósito de enfraquecer a Rússia [...] para posteriormente concretizarem o objetivo de retomar os territórios e se tornarem uma força política global".
Ele acrescentou ainda que, a julgar pelas exigências dos sucessivos líderes japoneses após a Segunda Guerra Mundial, a questão territorial é a base de suas exigências.
"Se o Japão quer desempenhar um papel importante na região, isso é inseparável da obtenção da normalização das relações russo-japonesas", pondera ele.
O analista ainda notou que o Japão tenta atrair para seu lado a Índia, que apoia a Rússia, tal como defende a privação de Moscou do assento no Conselho de Segurança da ONU como membro permanente. Alguns passos parecem estranhos, mas tudo isso permite ver que a política japonesa realmente mudou.
Na opinião dele, do ponto de vista de Tóquio, se as restrições impostas pelo Ocidente levarem à divisão dentro da Rússia, então "o Japão obterá a oportunidade de arrancar 'um pedaço de carne' da Rússia".
O especialista acredita que, caso o Japão não consiga "provocar a divisão", ele "pode continuar as negociações com a Federação da Rússia sobre o tratado de paz sob pretexto de preservar a unidade com os EUA e o Ocidente, enquanto as conversações com um adversário mais fraco definitivamente levarão à melhoria das condições".
Na opinião dele, "o fato que a Rússia anunciou suspender as negociações relacionadas ao tratado de paz com o Japão não significa que a porta foi completamente fechada". O analista considera que Tóquio não aposta muito no cenário de divisão da Rússia e acrescenta ainda que, "a julgar pelo fato que o premiê japonês Fumio Kishida não pode aceitar tal abordagem, o Japão ainda espera manter vias de recuo".
Em vista das recentes ações de Tóquio em relação a Moscou, no futuro o Japão pode colocar a Rússia numa posição ainda mais difícil e, sob pretexto do apoio à Ucrânia, tentar "limpar sua história militarista", acabar com seu status de país vencido na Segunda Guerra Mundial e realizar suas aspirações de se tornar "um país normal".
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