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Mercenários sul-americanos que vão lutar para Ucrânia revelam motivos da sua decisão

© Sputnik / Ministério da Defesa da RússiaEm Kherson, na Ucrânia, militares russos assumem o controle de depósito de mísseis e artilharia das Forças Armadas da Ucrânia, em 16 de março de 2022
Em Kherson, na Ucrânia, militares russos assumem o controle de depósito de mísseis e artilharia das Forças Armadas da Ucrânia, em 16 de março de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 21.03.2022
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Em seu 26º dia desde que teve início, operação especial militar russa na Ucrânia tem atraído de mercenários de grupos anticomunistas no Brasil a ex-policiais colombianos.
Em matéria publicada pelo The Guardian, um amplo espectro de combatentes tem se dirigido ao território ucraniano na falsa ilusão de que fortalecerá o governo de Kiev.
Emílio Teixeira Alarcón, carioca, 43 anos, serviu no 21º Regimento de Artilharia de Campanha de sua cidade no final dos anos 1990, mas paintball foi o mais próximo de uma situação de "conflito armado" da qual tenha se aproximado. Mesmo assim, o "ativista político contra o flagelo do comunismo" acha que sabe exatamente como vai se sentir depois de matar seu primeiro soldado russo. "Missão cumprida", declarou o reservista do Exército brasileiro.
"Na guerra, é matar ou ser morto. Se eu pegar alguém na minha mira e não atirar, ele pode atirar em mim. É como um jogo de paintball", acrescentou.
Alarcón viu uma chance imperdível de participar de um cenário de conflito real contra a ideologia que ele acredita que Vladimir Putin representa. "O que está acontecendo é surreal [...]. Está colocando o mundo inteiro em perigo", disse o carioca que dirige um grupo anticomunista chamado "O Pesadelo de Qualquer Político". "É por isso que o mundo inteiro está se mobilizando para ir até lá – inclusive os brasileiros."
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Países como o Brasil, Argentina, México e Colômbia têm registrado que mercenários ou já se juntaram à legião internacional na Ucrânia ou têm interesses diversos em fazê-lo. Alguns justificam razões ideológicas para ir até a região do conflito, enquanto outros chamam de "humanitárias" ou simplesmente financeiras.
O que parece é que, muitos dos brasileiros que chegaram até o país, usaram do fato para capturar likes em redes sociais como Instagram, apesar de não terem qualquer experiência militar e estarem colocando a própria vida em risco. A legião internacional da Ucrânia foi criada três dias depois de a Rússia anunciar o início de sua operação especial militar no país, em 24 de fevereiro, sob a chancela do presidente Vladimir Zelensky, que anunciou na ocasião: "Por favor, venham, nós lhe daremos armas".
Uriel Saavedra, colombiano, 40 anos, é ex-membro da unidade policial colombiana e espera receber o equivalente a US$ 10.000 (cerca de R$ 49,5 mil) por mês da empresa que o recrutou junto a outros 30 veteranos para lutar na Ucrânia.

"Se alguém quer que eu vá [...] bem, obviamente eles vão ter que pagar, porque o risco de voltar morto é muito alto", disse Saavedra. Apesar de reconhecer os riscos, Saavedra diz estar preparado. "Podemos usar qualquer arma que eles nos derem", disse o soldado que vê no conflito a oportunidade de complementar sua pensão estatal de US$ 1.000 (cerca de R$ 4,9 mil) por mês.

© Sputnik / Aleksei Kudenko / Acessar o banco de imagensEm Mariupol, na República Popular de Donetsk (RPD), um carro com residentes locais é visto deixando a cidade com um tanque militar ao fundo, em 24 de fevereiro de 2022
Em Mariupol, na República Popular de Donetsk (RPD), um carro com residentes locais é visto deixando a cidade com um tanque militar ao fundo, em 24 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 21.03.2022
Em Mariupol, na República Popular de Donetsk (RPD), um carro com residentes locais é visto deixando a cidade com um tanque militar ao fundo, em 24 de fevereiro de 2022
Isaías Diogo da Boa Morte, carioca, 43 anos, também reservista, disse que foi movido pela "raiva do movimento implacável do presidente russo Vladimir Putin". Classificando a operação de Moscou como "covarde", o homem revelou que se for com um grupo até a Ucrânia "estaremos tão cheios de adrenalina quando chegarmos que não daremos conta do frio".
Entre os legionários latino-americanos que já chegaram à Ucrânia muitos se decepcionaram com o cenário na Ucrânia. Sem armas ou capacidade para resistir às condições na zona de conflito, após os bombardeios russos às bases militares ucranianas, os mercenários, cujo status é cobiçado por empreiteiros por sua experiência, têm desistido de lutar.

O jovem instrutor de tiro, Tiago Rossi, que deixou a base militar de Yavorov na semana passada após o bombardeio russo e partiu para a Polônia, sugeriu: "Acho que serei mais útil aqui do que lá [na Ucrânia]."

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