PF faz operação contra quadrilha no Brasil que usa impressora 3D para montar arma traficada dos EUA

Ação visa cumprir sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Campo Grande (MS) e em Miami, nos EUA. Um dos alvos é Ronnie Lessa, acusado de matar Marielle Franco.

Nesta terça-feira (15), cerca de 50 agentes da Polícia Federal (PF) cumpriram mandados no âmbito da operação Florida Heat, que visa desarticular uma organização criminosa especializada em tráfico internacional de armas entre Brasil e Estados Unidos, segundo a Folha de S.Paulo.

De acordo com as investigações da PF, que já duram dois anos, o bando adquiria o armamento nos EUA e depois o enviava para o Rio de Janeiro, onde ficava armazenado em uma casa no bairro de Vila Isabel, na Zona Norte da capital. Os criminosos mandavam do Brasil para os Estados Unidos o dinheiro para comprar as armas, e um empresário brasileiro em Boston intermediava a transação.

No entanto, o armamento não chegava "pronto" ao Brasil. O material para montagem vinha escondido em máquinas de solda, impressoras, telefones, suplementos alimentares, roupas e calçados.

A Polícia Federal deflagrou, em conjunto com o @MPF_PGR , a operação Florida Heat, para desarticular organização criminosa voltada ao tráfico internacional de armas dos #EUA para o #Brasil.
➡️Saiba mais: https://t.co/ByFko86Y34 pic.twitter.com/BaK2L8IuvB

— Polícia Federal (@policiafederal) March 15, 2022

Uma vez que chegava em Vila Isabel, o conteúdo era retirado por integrantes de uma quadrilha que montava as armas usando impressoras 3D Ghost Gunners. Após esse processo, eles enviavam o armamento para traficantes, milicianos e assassinos de aluguel.

Um dos principais alvos da operação é Ronnie Lessa, policial militar reformado preso desde março de 2019 sob a acusação de ter matado a vereadora Marielle Franco. Elaine Lessa, esposa de Ronnie, já havia sido presa no ano passado, também acusada de tráfico internacional de armas.

A Florida Heat visa cumprir sete mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em Campo Grande (MS) e em Miami, nos EUA, expedidos pela 1ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. A Justiça determinou também o sequestro de bens avaliados em R$ 10 milhões.