Austrália vai construir base de submarinos nucleares visando se proteger no Indo-Pacífico

Scott Morrison acusa a Rússia de formar um "arco de autocracia" para desafiar a ordem mundial, de acordo com trechos de seu discurso.

O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, deve anunciar a construção de uma nova base de submarinos nucleares de AU$ 10 bilhões (cerca de R$ 37 bilhões), enquanto alerta os australianos que o conflito da Rússia com a Ucrânia "inevitavelmente se estenderá ao Indo-Pacífico".

De acordo com a Bloomberg, Morrison deve revelar os planos da base de submarinos nucleares da Austrália durante um discurso ao Instituto Lowy, em Sydney, nesta segunda-feira (7), de acordo com fontes citadas pela mídia local. Morrison vai alertar que o conflito da Rússia com a Ucrânia "inevitavelmente se estenderá ao Indo-Pacífico" e que a Austrália "enfrenta seu ambiente de segurança mais difícil e perigoso em 80 anos".

Morrison também deve avisar que "um novo arco de autocracia" está se formando para "desafiar e redefinir a ordem mundial à sua própria imagem", e o primeiro-ministro pretende denunciar o conflito da Rússia com a Ucrânia como o "mais recente exemplo de um regime autoritário que busca desafiar o status quo por meio de ameaças e violência".

Três locais foram selecionados para a base de submarinos nucleares: dois em Nova Gales do Sul e um em Brisbane, Queensland.

O ministro da Defesa australiano, Peter Dutton, afirmou no domingo (6) que o país adquiriria seus submarinos movidos a energia nuclear "muito mais cedo" do que o esperado. Como parte do acordo AUKUS com os EUA e o Reino Unido, a Austrália deveria inicialmente receber os submarinos até 2040. Atualmente, ainda não está claro quando a Austrália espera receber os submarinos.

Recusando-se a descartar a possibilidade de a Austrália armar Taiwan em um conflito contra a China, Dutton disse que a prioridade atual do país é "dissuadir qualquer ato de agressão, seja da China, da Rússia ou de qualquer outro".