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Lavrov: é inadmissível que EUA tenham armas nucleares na Europa, devem retirá-las

© Sputnik / Aleksei NokolskySergei Lavrov, chanceler russo, durante reunião com o presidente, Vladimir Putin, no Kremlin, 14 de fevereiro de 2022
Sergei Lavrov, chanceler russo, durante reunião com o presidente, Vladimir Putin, no Kremlin, 14 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 01.03.2022
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O Ocidente deve abdicar da construção de instalações militares nos territórios das antigas repúblicas da União Soviética, disse hoje, terça-feira (1º) o chanceler russo, Sergei Lavrov.
Para a Rússia, é inadmissível que os EUA tenham armas nucleares na Europa, é tempo para retirá-las, segundo o chefe da diplomacia russa.

"Para nós é inaceitável que, contrariando as disposições fundamentais do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares, até hoje haja armas nucleares dos EUA no território de uma série dos países europeus. Permanece a prática perversa de 'missões nucleares conjuntas' envolvendo países não nucleares da OTAN. Em seu quadro, são treinados cenários de implementação do armamento nuclear contra a Rússia. Já é hora de as armas nucleares americanas voltarem para casa e de desmantelar completamente toda a infraestrutura ligada a elas na Europa", declarou em seu discurso na conferência sobre desarmamento.

"Os países ocidentais devem abdicar da construção de instalações militares nos territórios dos países que anteriormente foram parte da União Soviética e não são membros da Aliança, inclusive sua infraestrutura para realizar quaisquer atividades militares.''
De acordo com suas palavras, o Ocidente ainda não mostra estar pronto a apresentar à Rússia suas garantias de segurança jurídicas e de longo prazo, sobretudo a recusa de expansão da OTAN para leste.
Ele ressaltou que para Moscou é "de importância crucial" atingir esses objetivos, inclusive a necessidade de fazer com que os potenciais militares, inclusive de combate, bem como a infraestrutura da OTAN, retornem ao estado em que estavam em 1997, quando foi assinado o Ato entre a Rússia e a Aliança Atlântica.

Quanto à situação ucraniana, Lavrov disse que "a tragédia da Ucrânia é resultado da tolerância dos patrocinadores ocidentais em relação ao regime criminoso que se formou no país após o sangrento golpe de Estado em fevereiro de 2014, realizado a despeito das garantias da Alemanha, Polônia e França conforme o acordo sobre a resolução do crise interna ucraniana".

A Rússia, por sua vez, está tomando todas as medidas para não permitir que a Ucrânia obtenha armas nucleares. Conforme as palavras de Lavrov, as declarações irresponsáveis de Kiev sobre o tema não são simplesmente uma bravata: a Ucrânia possui tecnologias nucleares soviéticas e os meios de lançamento de tal armamento.
"Posso lhes assegurar: a Rússia como membro responsável da comunidade internacional, comprometida com suas obrigações de não proliferação de armas de destruição em massa, está tomando todas as medidas necessárias para impedir o surgimento de armas nucleares e tecnologias relacionadas na Ucrânia."
O ministro do Exterior comentou ainda as sanções impostas recentemente à Federação da Rússia:
"Ao escolher o caminho de sanções unilaterais ilegítimas, os países da UE tentam evitar o diálogo sincero cara a cara, os contatos diretos, destinados a favorecer as resoluções políticas dos candentes problemas internacionais".
Nas atuais condições, ressalta ele, é preciso fazer tudo para impedir novas viradas da corrida armamentista, e a Rússia exorta os EUA e seus aliados a se juntarem à moratória de implantação dos mísseis de médio e curto alcance na Europa.
A conferência de desarmamento ocorre hoje em Genebra, Suíça, mas o chefe da diplomacia russa não conseguiu participar do evento em forma presencial e discursou em formato de videoconferência, devido às sanções europeias contra várias figuras políticas russas na sequência da operação militar iniciada pelo presidente Vladimir Putin na Ucrânia.
A Rússia respeita o povo ucraniano e não tem a intenção de infringir os interesses dos cidadãos ucranianos:
"Não pretendemos de modo nenhum infringir os interesses dos cidadãos ucranianos, com os quais estamos unidos não apenas pela história conjunta, afinidade civilizacional, espiritual e cultural, mas também simplesmente por laços de sangue. Milhões de ucranianos vivem agora na Rússia. Para nós, eles são 'nossos'. Juntos fomos e seremos muito mais fortes e bem sucedidos".
Os EUA e seus aliados mais uma vez mostraram que seguem padrões duplos, ao criticar a operação russa na Ucrânia, acrescentou Lavrov, "sendo responsáveis por numerosos abusos dos direitos humanos e do direito humanitário internacional, culpados por crimes, dos quais centenas de milhares de pessoas comuns na Iugoslávia, Iraque, Líbia e Afeganistão foram vítimas.
Durante o discurso do chanceler russo, as delegações de vários países saíram ostensivamente da sala da conferência em protesto. O MRE russo qualificou tal comportamento como "hipócrita", cujo "silêncio criminoso provocou o conflito" na Ucrânia.
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