Enviado da Síria à ONU culpa Ocidente pela escalada das tensões na Ucrânia

Na última quinta-feira (24) Vladimir Putin, presidente da Rússia, anunciou o começo de uma operação especial militar na região de Donbass, após um pedido de assistência feito pelas recém-reconhecidas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk.

Durante a reunião de emergência da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, realizada na segunda-feira (28), o representante permanente da Síria, Bassam Sabbagh, condenou a campanha antirrussa iniciada pelos governos e mídias ocidentais.

"A minha delegação considera que esta histórica sessão de emergência sobre a situação na Ucrânia completa a campanha anti-Rússia que tem as suas origens na retórica provocativa e hostil contra a Rússia propagada pelo Ocidente para alimentar as tensões na Ucrânia e assim comprometer a segurança e a integridade territorial da Rússia", disse o diplomata sírio.

Sabbagh disse ainda que a mídia ocidental tenta esconder a verdadeira situação na Ucrânia e desde 2014 ignora os eventos em Donbass.

"A escalada da situação entre a Rússia e a Ucrânia vem de Estados ocidentais que não respeitam seus compromissos com a Rússia, e isso vem acontecendo há décadas. Esses Estados ignoraram essas preocupações legítimas de segurança da Rússia e não hesitaram em fornecer armas e mísseis à Ucrânia", afirmou o embaixador sírio.

No entanto, Sabbagh defendeu o uso da diplomacia para discutir e resolver qualquer tipo de conflito seja regional ou internacional.

O representante do Ministério das Relações Exteriores da Síria, Bashar Jaafari, foi entrevistado pela Sputnik nesta terça-feira (1º) e afirmou que os Estados Unidos desenvolveram um plano para gerar o conflito na Ucrânia e conseguir bloquear a chegada de gás russo à Europa.

"Os americanos tinham como alvo o Nord Stream 1 e o Nord Stream 2 [gasodutos] que transportavam o gás russo para a Europa antes dos eventos na Ucrânia. É por isso que [o presidente dos EUA Joe] Biden convocou o emir do Catar a Washington e discutiu com ele as capacidades do Catar para atender às necessidades de fornecimento de gás à Europa, caso necessário", disse Jaafari.

Na madrugada de quinta-feira (24), Vladimir Putin anunciou o começo de uma operação especial militar na região de Donbass, depois de um pedido de assistência feito pelas recém-reconhecidas repúblicas populares de Lugansk e Donetsk.

Segundo o Kremlin, os ataques têm o objetivo de desmilitarizar a Ucrânia e combater a presença de neonazistas no país, garantindo assim a segurança da região de Donbass e da Rússia.