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Rover chinês descobre misteriosas esferas de vidro no outro lado da Lua (FOTO)

© Foto / NASA / Vladimir VustyanskyConceito do Radiotelescópio da Cratera Lunar no lado oculto da Lua
Conceito do Radiotelescópio da Cratera Lunar  no lado oculto da Lua - Sputnik Brasil, 1920, 23.02.2022
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A missão chinesa Yutu-2 fez outra descoberta fascinante no lado oculto da Lua. Brilhando em meio à poeira cinzenta e seca, a câmera panorâmica do rover captou duas pequenas esferas intactas de vidro translúcido.
Segundo estudo publicado na Science Bulletin, as esferas de vidro podem registrar informações sobre a história da Lua, incluindo a composição de seu manto e eventos de impacto.
Vidro não é um material incomum na Lua. Ele se forma quando o silicato é submetido a altas temperaturas, o que pode ter acontecido no passado, quando o satélite terrestre ainda era um ambiente vulcânico, ou com o impacto de meteoritos, capazes de gerar calor intenso.
A equipe de cientistas, liderada pelo geólogo planetário da Universidade Sun Yat-sen e da Academia Chinesa de Ciências Zhiyong Xiao, acredita que o impacto de meteoritos esteja por trás das esférulas observadas pelo Yutu-2, mas sua origem ainda é incerta. Existem inúmeras esférulas na Lua, mas em geral elas tendem a ter menos de um milímetro de tamanho.
As esférulas recém-identificadas pelo Yutu-2 são muito maiores, com 15 a 25 milímetros de diâmetro, mas o que as torna únicas é que essas esférulas parecem ser translúcidas ou semitransparentes e têm um brilho vítreo. Além das duas que parecem translúcidas, a equipe encontrou mais quatro esférulas com brilho semelhante, mas sua translucidez não pôde ser confirmada.
© Foto / Xiao et al. / Science BulletinСтеклянные сферы, обнаруженные Юйту-2 на Луне
Стеклянные сферы, обнаруженные Юйту-2 на Луне - Sputnik Brasil, 1920, 23.02.2022
Стеклянные сферы, обнаруженные Юйту-2 на Луне
Essas esférulas foram encontradas perto de crateras de impacto recentes, o que pode sugerir que elas se formaram durante impactos de meteoritos lunares, embora seja possível que já estivessem presentes, enterradas abaixo da superfície e tenham sido trazidas à tona pela força dos impactos.
No entanto, a equipe acredita que a explicação mais provável é que elas se formaram a partir de vidro vulcânico chamado anortosita que derreteu novamente com o impacto, transformando-se em globos redondos translúcidos.
"Coletivamente, a morfologia peculiar, geometria e contexto local dos glóbulos de vidro são consistentes com vidros de impacto anortosíticos", escreveram os pesquisadores.
Isso poderia tornar os objetos o equivalente lunar de formações terrestres chamadas tectitas – objetos vítreos do tamanho de seixos que se formam quando o material da Terra derrete, pulveriza no ar e endurece e se transforma em uma bola à medida que cai de volta.
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Sem estudar sua composição, os cientistas ainda não podem afirmar muito, mas se são tectitas lunares, podem ser bastante comuns em sua superfície. Isso oferece algumas possibilidades tentadoras para pesquisas futuras, diz a equipe.
"Como a primeira descoberta de glóbulos de vidro macroscópicos e translúcidos na Lua, este estudo prevê que esses glóbulos devem ser abundantes em todo o planalto lunar, fornecendo alvos de amostragem promissores para revelar a história inicial de impactos da Lua", escreveram.
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