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Rússia: Ucrânia na URSS tinha condições de criar armas nucleares, lá há especialistas e tecnologias

© Sputnik / Aleksei NikolskyVladimir Putin, presidente da Rússia, realizando reunião extraordinária do Conselho de Segurança, 21 de fevereiro de 2021
Vladimir Putin, presidente da Rússia, realizando reunião extraordinária do Conselho de Segurança, 21 de fevereiro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 21.02.2022
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Desde o início, a Rússia fez tudo para resolver as divergências em Donbass pacificamente, disse o presidente russo, Vladimir Putin, durante a reunião do Conselho de Segurança Nacional, hoje, segunda-feira (21).
Ele ressaltou que durante a sessão do Conselho de Segurança é preciso decidir o que fazer com a situação em Donbass, levando em consideração as avaliações da Rússia.
O mandatário russo colocou na mesa da reunião a questão sobre o reconhecimento das repúblicas autoproclamadas de Donetsk e Lugansk, que pediram hoje, há algumas horas, ao presidente tal medida:
"Nós devemos responder a uma questão, que foi colocada há muito tempo e registrada na solicitação da Duma de Estado [câmara baixa do Parlamento russo] ao chefe de Estado. A questão sobre o reconhecimento da República Popular de Donetsk e da República Popular de Lugansk".
Se a Ucrânia for aceita na OTAN, as ameaças para o Estado russo aumentarão em múltiplas vezes, segundo o presidente russo.
"Se a Rússia se confrontar com tal ameaça como a adesão da Ucrânia à Aliança Atlântica, OTAN, então as ameaças para nosso país aumentarão em múltiplas vezes", de acordo com suas palavras.
"Eles não pretendem aceitar a Ucrânia amanhã. Mais do que isso, é possível alguma moratória, mas eles consideram que a Ucrânia não está pronta agora, por isso a minha resposta foi simples: isso, consideramos, não é uma concessão para nós, é a concretização de seus planos."
"Vocês acham que é necessário aguardar e preparar a Ucrânia para a entrada na OTAN, aqui está uma moratória, mas essa moratória não é para nós, vocês fazem essa moratória para vocês mesmos. Então, qual é o movimento em direção a nós, na nossa direção?", acrescentou.
O ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, disse na sessão que as palavras do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, sobre a intenção de devolver à Ucrânia o status de Estado nuclear, é uma declaração "excepcionalmente perigosa".
Ele lembrou que a Ucrânia é capaz de recuperar seu estatuto nuclear.
"[Na Ucrânia] há equipamento, há tecnologias, há especialistas que são capazes e têm possibilidades, a meu ver, muito maiores que o Irã e a Coreia do Norte têm, de quem todo mundo está falando em todos os níveis e [com quem] estão envolvidos em negociações para desnuclearizar esses países".
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, disse que "o atual regime na Ucrânia" não favorece o cumprimento dos Acordos de Minsk, uma vez que isso vai impedir a reeleição de Zelensky.
Se a Rússia reconhecer as repúblicas de Donbass, a pressão sobre a Rússia será imensa, mas Moscou sabe como enfrentar isso, declarou Medvedev.
O titular informou ainda que no território das repúblicas de Donetsk e Lugansk vivem aproximadamente 800 mil russos, e esse fato não pode ser ignorado.
Ele relembrou que a Federação da Rússia já se encontrou perante a necessidade de reconhecer a Ossétia do Sul e a Abkházia, em 2008.
"Nós entendemos que a pressão será imensa, e compreendemos como resistir a essa pressão. Nesse contexto, nossa amarga experiência por 14 anos, como eu vejo isso, foi útil para nós."
As autoridades ucranianas inventam cada vez mais esquemas novos para evitar o cumprimento dos Acordos de Minsk, e isso parece estúpido, declarou o vice-chefe da Administração do presidente russo, Dmitry Kozak.
"Essa última tática [...] é estúpida, desgraciosa, ridícula, mas elas [autoridades ucranianas] realizam-na constantemente, inventando na hora novos esquemas", disse Kozak ao discursar na reunião da entidade.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, frisou que a Aliança Atlântica não está pronta para fornecer garantias de não expansão.

"Eles, digamos assim, estão prontos para morrer para não permitir que essa política das 'portas abertas' seja afrouxada".

Conselho de Segurança apoia reconhecimento das repúblicas populares

Membros do Conselho de Segurança russo se mostraram a favor do reconhecimento das repúblicas populares de Donbass e Lugansk.
O chefe do Ministério do Interior da Rússia, Vladimir Kolokoltsev, apoiou o reconhecimento da independência das RPD e RPL, mas nos limites "prévios à ocupação" por parte das forças ucranianas.
"É inequívoco que é necessário reconhecer essas repúblicas, como entidades legais. Mas eu gostaria de incluir uma correção – reconhecer como entidades administrativas dentro das quais essas repúblicas e povos se encontravam antes da ocupação pelas Forças Armadas da Ucrânia. Precisamente desde Mariupol e terminando nessas fronteiras históricas", disse ele.
Enquanto isso, o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai Patrushev, afirmou que, se a Rússia reconhecer a independência dessas repúblicas populares, então poderá proteger seus moradores, dando-lhes a oportunidade de trabalhar em paz.
"O povo [das RPD e RPL] já sofreu muito, não se pode torturá-lo mais […] Acredito que se o fizermos [reconhecimento da independência das repúblicas], então vamos proteger aquelas pessoas que moram lá, devemos nos preocupar precisamente com isso e vamos proporcionar-lhes a oportunidade de trabalhar tranquilamente", disse.
Nos últimos dias se intensificaram as tensões em torno da região de Donbass, com Kiev concentrando forças na linha de separação com as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk a maior parte do Exército e conduzindo regularmente ataques contra as milícias populares das repúblicas, inclusive com armamento proibido.
Devido à ameaça de uma invasão da Ucrânia, as autoproclamadas repúblicas começaram a evacuação de mulheres, crianças e idosos para a região russa de Rostov e outras e anunciaram a mobilização geral.
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