Sonda da NASA registra primeiras IMAGENS com luz visível na superfície de Vênus

Escondida por detrás de densas nuvens, até então nunca havia sido possível observar a superfície de Vênus a olho nu.

A sonda solar Parker registrou as imagens durante a missão de órbita ao Sol. Os dados foram registrados em 2021 e divulgados nesta quarta-feira (9), por meio de um comunicado, após análise dos especialistas da NASA.

"Vênus é o terceiro objeto mais brilhante no céu, mas até recentemente não tínhamos muitas informações sobre como era sua superfície porque nossa visão era bloqueada por uma espessa atmosfera", explicou um dos autores do estudo, Brian Wood.

As imagens, em conjunto ao vídeo, apresentam claramente as estruturas da superfície do planeta como regiões continentais, planícies e inclusive um anel de oxigênio em sua atmosfera. Esta é a primeira vez na história que imagens registram luz visível a olho nu na superfície de Vênus.

"Estamos felizes com a ajuda científica que a sonda solar Parker forneceu até agora. A Parker continua superando nossas expectativas e estamos animados que essas novas observações feitas durante nossa manobra de assistência à gravidade possam ajudar a avançar na pesquisa de Vênus de maneiras inesperadas", explicou uma das pesquisadoras da NASA responsáveis pela Parker, Nicola Fox.

De acordo com a NASA, as novas imagens são cruciais para os atuais estudos de Vênus, planeta que é também chamado de "gêmeo da Terra". Os registros vão ajudar em análises sobre a geologia de Vênus, a possível descoberta de minerais e outros detalhes sobre sua evolução.

A esperança dos astrônomos é que essas e novas informações trazidas pela Parker possam desvendar o mistério paradoxal entre Vênus e a Terra, um planeta que ao evoluir ficou totalmente inóspito e o nosso lar, que com os anos se transformou em um oásis.

Diferença de luzes capturadas pela primeira vez na superfície de Vênus

© Foto / NASA/APL/NRL

A missão original da sonda solar Parker é, como diz seu nome, monitorar o Sol. Porém, para conseguir se aproximar da nossa gigante estrela, o satélite precisa ampliar sua órbita e acaba passando perto de outros pontos de interesse da nossa galáxia. Para não "perder" a viagem, os astrônomos da NASA planejam a recolha de dados, como esses de Vênus, para auxiliar em outras pesquisas espaciais.