Ex-papa Bento XVI pede perdão após escândalo de abuso sexual na Alemanha

Joseph Aloisius Ratzinger, de 94 anos, se desculpou em reposta à acusação feita em janeiro deste ano sobre o encobrimento de casos de abuso sexual infantil enquanto ele era arcebispo de Munique.

A declaração do ex-pontífice foi divulgada por meio de uma carta nesta terça-feira (8). Ratzinger, que renunciou ao cargo de papa em 2013, foi acusado em janeiro deste ano de não responsabilizar quatro padres acusados de abuso infantil na década de 1980.

"Só posso expressar a todas as vítimas de abuso sexual minha profunda vergonha, profunda tristeza e meu sincero pedido de perdão. Eu tive grandes responsabilidades na Igreja Católica. Maior ainda é minha dor pelos abusos e erros que ocorreram em diferentes lugares durante o tempo do meu mandato", disse o ex-líder da Igreja Católica.

Na carta, o ex-pontífice fez menção a todos os casos de abuso que aconteceram na arquidiocese de Munique entre 1945 e 2019, incluindo os casos mencionados entre 1977 e 1982, época em que ele era arcebispo.

Bento XVI também diz que, apesar de quaisquer erros que possa ter cometido, Deus seria o árbitro final. "Em breve, estarei diante do juiz final da minha vida."

Em uma declaração divulgada em conjunto a carta do ex-pontífice por representantes do Vaticano, a instituição voltou a afirmar que Ratzinger não estava diretamente envolvido nos encobrimentos de abuso sexual.

"Em nenhum dos casos analisados pelo laudo da perícia Joseph Ratzinger tinha conhecimento de abuso sexual cometido ou suspeita de abuso sexual cometido por padres. O laudo pericial não fornece provas de que tenha acontecido o contrário", diz o comunicado.