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Queda em ranking de CEOs: Brasil perdeu relevância no mercado internacional?

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Imagem ilustrativa de reunião de negócios - Sputnik Brasil, 1920, 24.01.2022
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Após cair sete posições em quase uma década na lista da consultoria PwC de melhores países para investir, o Brasil de fato está ficando para trás no mundo dos negócios? A Sputnik Brasil conversou com especialistas para entender os motivos da tendência negativa e as perspectivas para o país daqui em diante.
Em nove anos, o Brasil caiu ladeira abaixo no conceito de executivos globais. De terceiro colocado, em 2013, para décimo, em 2022, na Pesquisa Anual Global com CEOs da consultoria PwC, o país agora é visto com desconfiança por boa parte dos entrevistados.
Apenas 5% dos executivos citaram o Brasil como um dos principais mercados para realizar negócios. Para os entrevistados, os principais entraves da economia brasileira são a instabilidade macroeconômica (69%), os riscos cibernéticos (50%) e a desigualdade social (38%), conforme publicou o portal G1.
Com isso, somente para este ano, o país perdeu duas posições no ranking, ficando atrás de Canadá e Índia. Encabeçam o levantamento Estados Unidos (35%), China (28%) e Alemanha (18%).
No entanto, segundo o especialista em finanças Alexandre Prado, o momento não é de alarde. Ele acredita que é possível "virar o jogo" se o país se estabilizar e se reorganizar economicamente.
O especialista vê o levantamento como o resultado de um cenário interno instável, agravado pela pandemia. Inflação em alta, elevação da taxa de juros e o endividamento público são alguns fatores, segundo ele, que desestimularam executivos.

"Precisamos continuar com as reformas realizadas nos últimos anos, a administrativa, a tributária... Na medida em que o país se torna um ambiente mais firme, com regras mais claras, menos burocráticas, automaticamente o mercado executivo vai voltar sua atenção novamente ao Brasil", disse Prado, em entrevista à Sputnik Brasil.

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Para Prado, 2022 ainda não deverá ser um ano de retomada de confiança dos executivos devido às eleições e às incertezas políticas para o ambiente de negócios. Mesmo assim, ele não entende que o Brasil precisaria começar do zero.
"Em termos macroeconômicos, o Brasil está consolidado. O que há é que parte dos indicadores sofrem efeito da instabilidade política", afirmou.
O especialista minimiza a queda no ranking da PwC. Independentemente de ser terceiro ou décimo, Prado avalia que o país sempre merece posição de destaque por sua robustez.
Ele ressalta que o Brasil tem um sistema bancário e financeiro "bastante moderno, ágil e seguro". E mesmo com a volatilidade do mercado em meio ao processo eleitoral, muitos investidores veem oportunidades de boa rentabilidade com riscos mais altos.

"É um ambiente favorável a investidores. O investidor pode estar ainda mais analítico quanto a qual mercado especificamente investir. O mercado agro [do agronegócio] no Brasil tem sido um carro-chefe, com toda uma infraestrutura sendo modernizada", afirmou.

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Já Tiago Fernandes, CEO da startup Autoforce, analisa que o contexto atual é marcado por uma "dinâmica normal" de mercado devido às incertezas provocadas pela pandemia. Ele diz que empresas e empreendedores vêm tentando mitigar riscos operacionais, principalmente de internacionalização.
Em sua avaliação, este cenário atípico diminui o apetite de empresas globais no Brasil, criando uma vantagem competitiva aos empreendedores nacionais, que passaram a atuar em um ambiente com menor concorrência.

"Como empreendedor de uma startup, preciso encarar tudo como uma oportunidade. Hoje temos uma abundância de recursos, seja com investidor-anjo, fundos de investimento ou venture capital [capital de risco], e startups e empreendedores com produtos e serviços excelentes", destacou Fernandes à Sputnik Brasil.

Ele relata que sua startup, a Autoforce, desenvolvedora de tecnologias e soluções de marketing digital para o segmento automotivo, conseguiu se sobressair em meio à pandemia ao conectar concessionárias e montadoras a potenciais clientes interessados em comprar veículos pela Internet.

"Se fosse dar um conselho para os CEOs seria focar na cultura da empresa, na gestão da equipe, do caixa e dos clientes", afirmou.

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